sexta-feira, 16 de março de 2012

RESPOSTA AO PADRE PAULO RICARDO JR. - PARTE 2

Por Demetrius Farias

Observamos que juntamente com a ironia e o discurso vigoroso do incauto sacerdote, sua ministração é pobre de referências bíblicas que fundamentem seu argumento. O curioso é que ele ironiza os protestante justamente na sua argumentação bíblica da negação da mediação dos santos e Maria, como se nosso argumento não fosse uma verdade contida na Palavra de Deus, como se fosse uma fabricação. Em outras palavras: padre ridiculariza os protestantes quando eles dizem: "Assim está escrito."

A pobreza de sua doutrina é notável. Seu ensino apenas reproduz a tradição católica, sem respaldo algum da Escritura. Padre Paulo se torna condenável por esta.


O padre segue:
"...E porque eu preciso dela (Maria), e porque não posso ir direto pra Deus, padre Paulo? Pare de ser orgulho, criatura. Por que é que você tem que ser direto? Isso é um negócio assim... É o princípio protestante... É um princípio orgulhoso. Veja. Eu..., eu sou orgulhoso, padre Paulo Ricardo, eu pessoalmente. Mas a minha religião não é orgulhosa. A minha religião, ela é humilde. Ela me ensina a humildade. A minha religião me ensina a eu me inclinar na frente de um pecador, que é outro padre, que é o meu bispo e beijar a mão daquele pecador e acreditar que aquela mão é instrumento de santificação. Acreditar que aquela mão de pecador pode ser sinal da mão chagada do ressuscitado." (grifo meu)
O padre Paulo Ricardo parece omitir uma verdade para seus ouvintes, ou mesmo desconhecer. A verdade é que cada crente é, em Cristo, um sacerdote diante de Deus, privilégio e tarefa esta que não é mais exclusivo de uma classe especial, de uma tribo sacerdotal e nem de um clero separado dos ditos "leigos". Aliás, o tal leigo, assim o é por ignorância da sua condição espiritual em Cristo, de modo que a verdade é que todos os salvos são sacerdotes, exercendo o sacerdócio universal dos crentes, adentrando na presença de Deus por meio do Sumo Sacerdote, Jesus Cristo (Apocalipse 1:6; 5:9,10).

Padre Paulo, o apóstolo Pedro, que o senhor acredita ser o primeiro Papa da Igreja Católica Romana, escreve:
"E, chegando-vos para ele, pedra viva, rejeitada, na verdade, pelos homens, mas, para com Deus eleita e preciosa, sois vós também quais pedras vivas, edificados como casa espiritual para serdes um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo." 1 Pedro 2:4-5
Tanto na Antiga, como na Nova Aliança, padre Paulo, o sacerdote é o único que pode entrar na presença de Deus. A diferença é que, na Nova Aliança, todos os santos (os crentes) são feitos sacerdotes perante Deus, por meio de Jesus Cristo, a Pedra Viva.

Padre Paulo, o senhor sabe o que significou o véu rasgado do templo, quando este se dividiu  ao meio quando Jesus morreu na cruz? (Mateus 27:50,51; Marcos 15:37,38; Lucas 23:44-46) O autor da Carta aos Hebreus é muito claro ao falar do novo e vivo caminho inaugurado em Cristo, o mais alto sacerdote, no qual, podemos nos achegar a Deus, passando pelo véu. (Hebreus 10:19-23). Cristo, em sua morte, rasgou o véu do santuário, como sinal de que no Novo Pacto, na Nova Aliança, Deus recebia em sua presença, qualquer ser humano que, por meio de Cristo e de seus méritos na cruz, desejar se achegar a Deus, sem necessidade de sacrifícios de animais e sem o sacerdócio levítico, bem como qualquer outro sacerdócio, inclusive o romano.

Agora, dizer que este princípio protestante é um princípio orgulhoso é a demonstração máxima da sua incapacidade de reconhecer a verdade, por meio da autoridade da Escritura - tendo em vista que mais lhe vale o magistrado da igreja e a tradição. Este mesmo princípio é antes um princípio do Evangelho, é Bíblico e superior ao próprio ser humano e sua compreensão carnal de inacessibilidade ao divino. Deste modo, padre Paulo, não existe princípio protestante orgulhoso. Mas sua religião, eu lhe garanto, não é nem um pouco humilde.

Argumentar que sua religião não é orgulhosa, é para fazer qualquer um morrer de rir. Padre Paulo, se tem uma religião que transpira orgulho, esta é o Romanismo. Preciso citar para o senhor a opulência e a riqueza do vaticano, do alto-clero romano, do Papa, dos tesouros e riquezas acumuladas ao longo de séculos e séculos de domínio e poder temporal (sem falar da espoliação que se utilizou de argumentos espirituais)? Preciso lembrar que esta sua mesma Igreja Católica, a despeito de um discurso de aproximação e ecumenismo com a Igreja Ortodoxa e o Protestantismo, continua a advogar para si a primazia e única representatividade da Igreja de Cristo na Terra? Preciso lembrar ao senhor que é sua religião "humilde", que rouba as prerrogativas de Cristo e afirma que "fora da Igreja Apostólica Romana não há salvação"? Preciso lembrar ao senhor que sua religião "humilde" e que ensina a humildade, matou, assassinou, perseguiu e calou quem discordasse do Papa e dos dogmas da sua Igreja? Que religião humilde é esta? Que catolicismo humilde é este? Nada justifica esta alegação. Nunca precisamos de outro mediador para nos aproximar de Deus. Em toda a Bíblia não se encontra nenhuma passagem que diga isso. A mediação é por Cristo e NELE unicamente.

Pela expressão do corpo, tom de voz,
e expressão facial, nota-se o seu
aprendizado de humildade.
Ainda bem, padre Paulo, que o senhor reconhece ser orgulhoso, pois, no vídeo, ao falar da sua religião, seu tom de voz e sua forma de expressão revela o quanto o senhor é orgulhoso de fato e quanto a sua religião não lhe ensinou nada sobre humildade. Se assim fosse verdade, nem mesmo estas palavras sairiam de sua boca. Como diria a piada, aplicada ao senhor: "Tenho muito orgulho da minha humildade."

Me responda, padre Paulo: Que protestante o senhor conhece que nega a utilização de outros seres humanos para abençoar seus filhos e ministrar a eles? Mas uma verdade você não disse. Deus é o portador e dispensador de toda benção (Efésios 1:3). Ele, Deus é quem nos santifica (João 17:17; I Tessalonicenses 5:23). Porém, igual verdade é que, em nenhuma hipótese, o poder e a autoridade de santificar está nas mão do homem em si (Mateus 28:18).

Reconhecer a Cristo em meu irmão e nos sujeitarmos uns aos outros em temor (Efésios 5:21) não é permissão para que este se torne um mediador entre mim e Deus. Este não é o ensino bíblico, como o senhor, padre Paulo, força ao pregar. Sendo assim, eu deveria ser proclamado santo antes da minha morte, pois já orei por doentes e eles foram curados por Jesus. Eu deveria ser, e o senhor também, mediante o seu raciocínio simplório, beatificado e canonizado, pois segundo o seu argumento, até seus colegas padres e o seu bispo podem ser mediadores perante Deus. Minha oração não é mediadora para salvação de ninguém, embora possa pedir para que Deus exerça a sua misericórdia e graça para um pecador perdido, se esta for a sua vontade.

A pergunta que fica é: após a minha morte, eu vou ser capaz de ouvir as orações e rezas dos que ficaram aqui na Terra? Vou poder atender algum pedido de alguém? Moldar a vida de alguém? Trabalhar na vida de alguém? Convencer Deus a agir sobre alguém? Se sua resposta for não, então por que Maria e os vossos santos podem fazer isso? Se a resposta for sim, então fica claro que há uma contradição patente na teologia católica junto a Escritura Sagrada, configurando-se definitivamente a idolatria e a consulta aos mortos (necromancia disfarçada). Me atrevo a dizer: se o sacerdócio universal é um princípio protestante orgulhoso, a mariolatria e a veneração de santos é um princípio católico diabólico e infernal.

O padre segue ainda:
"Existe protestante humilde, mas não existe Protestantismo humilde. O Protestantismo é orgulhoso. O princípio Protestante é orgulhoso, é soberbo. O princípio protestante é: 'eu não preciso de ninguém, eu vou para Deus direto'. Isso é um orgulho, isso é uma soberba. E se Deus quer que você use os outros, as criaturas humanas frágeis, o que é que você faz, otário? (...) Porque você: 'Não. Eu vou direto para Deus. Eu não preciso de Maria, eu não preciso de padre, eu não preciso do Papa, eu não preciso da igreja, eu não preciso dos sacramentos, eu não preciso de ninguém'. Poxa!!! Super, uper, trans, ultra, mega power, né? Tu é o cara, meu! Tu é Deus...! Entendeu? Tu é tudo! Tu não precisa de ninguém!"
A contradição é fenomenal, quando se analisa o início do vídeo. Padre Paulo, o senhor disse que não dá pra fazer totus tuus com o senhor, pois o senhor "pisa na bola", mas com Maria dá pra fazer. Bem... fica difícil de entender seu argumento. Não foi o senhor mesmo que disse depois que sua "humilde religião" lhe ensina que as mão pecadoras de um mortal podem ser as mãos de Jesus em pessoa? Mãos de santificação? Como não seria possível fazer totus tuus com o senhor? Seu confessor sabe de algo muito grave que lhe impeça, diante de Deus, de ser benção para outros? Curioso!

Leia mais a Bíblia, padre Paulo, e menos os escritos da magistratura, os quais estão eivados de erros e heresias teológicas. Desconsiderando o seu desdém, que chega a dar asco só de assistir o vídeo várias vezes para poder escrever esta resposta, sua ignorância é demais. Tenho pena do senhor, padre Paulo, e daqueles que acreditam em tuas palavras, ao acharem que podem precisar do auxilio e mediação de humanos mortais e de santos que já morreram, desconhecendo totalmente o sacerdócio universal dos crentes. Significa que ainda estão todos perdidos em seus delitos e pecados, sujeitos a condenação do inferno.

Saiba, padre Paulo, que o princípio que pregamos, antes de ser protestante, ele é Bíblico. E é da Bíblia que o senhor debocha. É de uma afirmação bíblica que o senhor chama de soberba e orgulhosa. Teu Deus - que o senhor diz seguir - é orgulhoso? Teu Deus é soberbo? Pois estas são as palavras dele:
"Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesuspelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deuscheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa;" Hebreus 10:19-23 (grifo meu)
Padre Paulo, se converta verdadeiramente ao Senhor Jesus Cristo, para que te seja dado o privilégio de ser verdadeiro sacerdote diante de Deus. Se arrependa de sua blasfêmia e de seus pecados.

Em Jesus, Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque (Hebreus 5-7), o mais perfeito e o primeiro para sempre, temos ousadia (o senhor sabe o que é ousadia, intrepidez?) outorgada por Deus para entrar na sua presença, livres por meio de Cristo, e Ele somente, grande sacerdote sobre a Casa de Deus. Por meio de Jesus podemos apresentar nossas vidas como sacrifício espiritual, nosso culto,  na certeza da fé e de coração purificado. Só por meio de Cristo, e mais ninguém. Não tem Maria, não tem santos, não tem pastor, não tem padre, não tem sacramentos e, definitivamente, não há mais nada além de Cristo. Durma com este barulho!

Não há, em toda a Bíblia, nenhuma passagem que diga que Deus utiliza homens mortais e pecadores, vivos ou mortos, para mediar a humanidade perante Ele. Me prove, padre Paulo, pela Escritura e por argumentos, que tal ensino é bíblico. Quem é o otário aqui, desta vez?

Nenhum homem precisa ser um outro deus, para se apresentar diante do Pai Eterno. Temos liberdade em Cristo para entrar no Santo dos Santos e, diante do Seu Trono, nos dirigir a Ele por meio do Seu Filho. Isso nos é outorgado pelos méritos de Cristo, na sua morte vicária na cruz, da qual até Maria - sua mãe terrena - necessitou de Graça para sua salvação, não tendo privilégio algum sobre os demais conservos:
"Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador."  Lucas 1:46,47

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