quinta-feira, 13 de maio de 2010

BURRA MISERICÓRDIA

“O deus do Velho Testamento é um tirano. É um deus que sente prazer em julgar as pessoas!”
Já escutei esse tipo de comentário muitas vezes, especialmente após algumas pessoas lerem trechos do Velho Testamento como o Salmo 44.2:
Com a tua própria mão expulsaste as nações para estabelecer os nossos antepassados; arruinaste povos e fizeste prosperar os nossos antepassados.” (NVI)
O mundo usa esse tipo de afirmação como desculpa para não aceitar a Bíblia e para viver do jeito que quiser sem uma autoridade acima de sua vida.
Mas no fundo, esse tipo de afirmação é uma hipocrisia gigantesca! Nas frase acima existe um erro crucial que muitos não percebem…
Essa frase pressupõe que o ato de JULGAR é algo ruim e maldoso. Será mesmo???
- BURRA MISERICÓRDIA
Será que julgar é sempre algo ruim e maligno? Olhemos a nossa sociedade atenciosamente e veremos que o julgamento é uma parte essencial da nossa convivência pacífica com o próximo!
Nós precisamos que as nossas cortes julguem os malfeitores. Vou dar um exemplo. Um homem estupra e mata 15 crianças. Aposto com você que não tem ninguém em sã consciÊncia que acharia injusto que esse homem fosse preso, JULGADO e condenado pelos seus atos. Ele deveria passar o resto da vida mofando na cadeia ou, pra quem acredita na pena de morte, ser executado. Se essa pessoa quebrou a lei deve pagar o seu preço, não?
Nesse caso fica aparente que existe um lado bom do julgamento. Aliás, podemos ir além e dizer que sem JULGAMENTO nossa sociedade seria um caos. Não haveria como cumprir as leis, cada um faria o que quisesse e o respeito pela vida do próximo seria quase inexistente. Pedofilia, assassinatos, atrocidades impensáveis e um completo desrespeito pelo próximo reinaria na terra.
Agora é totalmente incoerente concordarmos com o julgamento de um criminoso mas ao mesmo tempo nos revoltarmos contra Deus dizendo que Ele não tem direito nenhum de julgar.
Se formos pensar com carinho, na verdade Deus tem MUITO mais direito de julgar as coisas do que nós. Todos admitimos que cometemos erros, falhamos, somos egoístas e muito raramente enxergamos as situações por completo. No entanto, confiamos nossas vidas nas mãos de juízes e governantes tão falhos como nós! Em contrapartida achamos que Deus, que é perfeito, não comete erros e sabe o que é o melhor para nós, não é capaz nem responsável por nos julgar.
Tudo bem se nós condenarmos um estuprador, mas Deus não pode condená-lo? Seria errado Deus erradicar o mal, mas tudo bem se nós seres humanos nos encarregarmos dessa tarefa?
Que burrice! Nos rendemos a justiça e julgamento humano, mas não aceitamos o julgamento divíno. Ou seja, esperamos que nossos tribunais e magistrados sejam duros, apliquem a lei com fidelidade e precisão, mas quando falamos de Deus queremos que Ele passe a mão na cabeça do mundo, nos inimigos de seu povo e engula a sua ira pois Ele não deve julgar ou aplicar as suas leis.
Pra mim isso é uma busca por uma misericórdia burra e ilógica. Deus tem suas leis, mas nós queremos que Ele não nos julgue através delas. Simultaneamente afirmamos que somos bons o suficiente para julgar os outros em cima de leis que nós inventamos.
Enxergam a discrepância?
Engraçado quando as pessoas apontam o dedo pra Deus e dizem que Ele não tem direito de julgar. É uma busca inútil por uma burra misericórdia. Uma misericórdia de Deus que é vazia e incoerente.
Vamos parar de colocar expectativas sobre Deus que nós não ousamos nem colocar sobre nós mesmos.
Retirado do Blog do Mastigue, publicado em 19/10/2009: http://mastigue.com/2009/10/19/burra-misericordia/

BURRA MISERICÓRDIA II


Este texto que publiquei para vocês pois achei muito interessante e bastante conveniente para o dias atuais. As pessoas hoje vivem  seu melhor sonho (ou pesadelo) existencial. Desejam tudo, fazem o que querem (dentro e fora da igreja), repreendem os políticos pela corrupção na Coisa Pública, mas não admitem que sejam repreendidos e julgados por Deus. Se Deus é assim, então ele não é Deus, pois Deus é amor. Que espécie de deus é este que tais pessoas criaram. Apenas um que lhes aprove os erros e assim possam viver livres de suas consciências.
O pior é que isso se estende para dentro da Igreja e com a suposta aprovação de nosso Senhor. A frase famosa é:
"Quem é você para me julgar!"
Ou ainda:
"Nem Jesus julgou a mulher adultera!"
E ainda:
"Julgar é pecado!"
Espera aí! Onde foi que e não entendi a Bíblia e o Sermão do Monte? Até onde sei, Jesus condenou o juízo temerário, muito embora o princípio do julgamento ainda permaneça.
Todavia não julgar não é nenhuma virtude. A virtude é não julgar e condenar a quem apenas Deus pode salvar ou condenar. Neste sentido, quando Jesus prega no sermão do Monte e Tiago em sua carta  orienta no mesmo sentido, ambos nos ensinam a não julgar as pessoas na forma da malícia, maledicência e perversão.
"Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, {já} não és observador da lei, mas juiz.
Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?" (Tiago : 11, 12)
Mas se Deus é o Justo Juíz e julga a todas as coisas, ele mesmo estabelece suas Leis e deseja que tais sejam cumpridas. Aquele que observa a Lei de Deus e a busca para seu entendimento e disciplina, conhece a mente de Deus. Só a vida pessoal com Deus, de intimidade e busca sincera, nos aperfeiçoa e nos molda conforme a sua mente.
Aquele que julga a outro temerariamente também é condenado por outra razão: O que este condena, muitas vezes é também aquilo que ele faz em segredo. Esta é a razão pela qual Jesus disse: "Não julgueis para que não sejais julgados."
Se lermos o Evangelho de Mateus 7: 1 - 5, veremos que na verdade Jesus nos previne ao julgamento temerário pelo fato que apresentei antes. Se condenamos e julgamos naquilo que reprovamos, mas no íntimo também fazemos, somos passíveis da mesma condenação tanto de homens com a de Deus
O Apóstolo Paulo também escreve sobre isso:





"Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais {coisas} fazem.
E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais {coisas,} cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?" (Romanos 2: 1 - 3)
Muito embora, se na maioria das vezes achamos que não julgamos de forma correta, acabamos por cometer erros graves, e nestes erros temos nossa medida. Porém, julgar de forma correta é possível na medida que obedecemos os princípios de Deus. Permitam-me ao auto-plágio de um comentário que fiz no artigo acima:
"O julgamento e algo muito mal compreendido. De fato, ser um juíz de alguma coisa é uma tarefa que deve passar por algumas etapas, e o tema aqui exposto nos leva a esta reflexão: Primeiro, devemos ser juízes de nós mesmos, pois aquele de julga a si mesmo, aprimora-se em caráter; segundo, devemos julgar fatos, pois ao fazê-lo, evitamos julgar temerariamente as pessoas; e em terceiro, podemos julgar pessoas, após uma longa avaliação pessoal e do que acontece ao nosso redor. Isto não nos isenta de receber o mesmo juízo, mas evita de que sejamos julgados por critérios errôneos e desmedidos." 
A isto acrescento ainda que, se o que julgamos é aquilo que aprovamos intimamente, ou seja, fazemos as escondidas, então é melhor calar-se.
Aquele que conhece a Deus, e conhece os meus preceitos, sua mente e habilitado:





"Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém.
Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo." (I Coríntios 2: 14 - 16)
Nesta geração tão, má, permissiva, rebelde, e sem amor verdadeiro, é não mais espantoso observar e ver que julgar a si mesmo é uma prática por demais indesejada, ser julgado é inadmissível, e ser julgado por Deus é um absurdo.
Então, não só é entender tudo isso como uma visão de uma Burra Misericórdia, como também somos obrigados a exercer uma justiça calada. Se não é certo diante de Deus que nós julguemos todas as coisas, então como ele nos pede que sejamos aqueles que repreendem e chamam o nosso próximo a ponderação, quando estes caminham no erro? Logo, já não é pecado julgar, mas sim o julgar em pecado. 

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