quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CÓDIGOS: CÓDIGO JEDI



Por Darth Metrius


Você talvés já tenha ouvido falar ou lido estes dois códigos:
“Não há emoção, há paz;
Não há ignorância, há conhecimento;
Não há paixão, há serenidade;
Não há caos, há harmonia;
Não há a morte, há a Força!”
e
“Paz é uma mentira, há a paixão;
Com a paixão eu ganho força;
Com a força eu ganho poder;
Com o poder eu ganho vitória;
Com a vitória minhas correntes são quebradas.
A Força ira me libertar!”
O que eu apresentei a vocês foi os dois códigos de conduta, das duas mais importantesorganizações da Força na Galáxia Star Wars. O primeiro é o Código Jedi e o segundo é o Código Sith. O primeiro estabelece as regras de vida e de comportamento para todos os membros da Ordem Jedi. Muito embora ele tenha sofrido mudanças ao longo dos milênios, os seus princípios permanecem os mesmos e são eles que dirigem o modo de pensar e agir dos jedi. O segundo código é o Código Sith. O Código Sith é o que reforça as crenças da Ordem dos Sith e resume a sua conduta. Ao contrário do que eu poderia fazer, ou seja, apenas reproduzir o que já se sabe sobre estes códigos e como interpretá-los na realidade eu prefiro é dissertar sobre minha própria visão e leitura destes dois códigos. Estes dois códigos, na verdade são apenas um resumo. A Ordem Jedi, por milênio, desenvolveu um código de conduta que perdurou ao longo de gerações e que descreve em detalhes como deve ser o estilo de vida de um Jedi. Da mesma forma ocorre com o Código Sith, muito embora os sith não tenha mantido uma legislação formal e escrita, fora do contexto político, ou seja, internamente na Ordem dos Sith e fora dos governos e impérios por eles estabelecidos.

O Código Jedi:

Muito embora tenha sido mudado ao longo dos tempos, ele não sofreu alterações ao ponto de descaracterizá-lo dooriginal. Uma versão mais antiga que se tem notícia, se apresenta da seguinte forma, em Galáctico Básico:
“Emotion, yet peace.
Ignorance, yet knowledge.
Passion, yet serenity.
Chaos, yet harmony.
Death, yet the Force.”
Mas foi com o mestre jedi Odan-Urr, por volta de 5.000 BBY, que o código foi refinado e chegou a atual forma que conhecemos e perdurou até o Grande Expurgo Jedi em 19 BBY. Após o restabelecimento da Ordem Jedi, com a liderança de Luke Skywalker, o código foi reescrito, sob a interpretação pessoal.
Mas agora vamos ao código em si e o que ele diz em cada uma de suas sentenças. Esta será sob ma visão que alguns irão perceber: O código sob a ótica de um sith.
“Não há emoção, há paz.”
Ao contrário do que se possa imaginar, esta primeira linha do Código Jedi não é uma afirmativa a total negação das emoções. O jedi pode sentir emoções e vivenciá-las, porém deve primeiro entender tais emoções e assim, dependendo da natureza destas, deixá-las de lado. A idéia é que as ações de um jedi não podem ser influenciadas por emoções que venham enevoar a razão. Se um jedi não pode compreender os seus sentimentos e emoções, então ele não tem “paz”, perturbações emocionais que lhe enganam. Podemos dizer que a interpretação mais correta é que as emoções não podem tirar a minha paz. Ou seja, um jedi pode vivenciar as emoções, boas ou más, mas deve estudá-las, enfrentá-las e tratá-las. Ao passo que esta primeira sentença é uma proposta aparentemente viável, ela dá margem para um sério problema. O extremismo, da qual alguns jedi não souberam medir. Se há apenas “paz” em detrimento das emoções em absoluto, então há ignorância. A ignorância pode ser um problema, e o foi, quando os Jedi, já durante seus últimos anos antes do Grande Expurgo, se viam engessados neste conceito, execrando as emoções, achando que a paz seria encontrada sem aquelas. Talvez essa seja a razão pela qual exista a segunda sentença. Yoda, ao longo se sua enorme sabedoria, no entanto, foi um dos que sucumbiram a este endurecimento. O treinamento proposto por ele a Anakin, para se livrar do medo, propões um ascetismo severo, com a qual nem mesmo os jedi podiam lidar. Parece que as preocupações políticas e a guerra demonstraram isso, além das próprias contradições e conflitos na alma de Anakin e tantos outros cavaleiros.
“Não há Ignorância, há conhecimento.”
Esta segunda assertiva é uma nítida tentativa de contra-balançar a primeira, já que aquela pode ser levada ao extremo. O conhecimento perpassa inclusive pelas emoções, então a ignorância é banida. Mas que conhecimento deve ser obtido para que um jedi não seja surpreendido pelo que desconhece? O jedi deve ser prudente e entender o mundo ao seu redor, assim como deveria fazer consigo mesmo. Se ele estuda a si mesmo para ter paz, deve estudar o mundo para ter conhecimento. Da mesma forma, o código não nega que haja coisas no universo das quais o jedi possa desconhecer, contudo, ignorar propositadamente fatos é um erro fatal. É uma diretriz nobre, mas ela gera, assim como a anterior, outro problema ao jedi. O conhecimento leva ao poder, e o poder entorpece a mente. Muitos jedi tiveram grande dificuldade com este aspecto, o que lhes levou a fracassos. A própria busca por meios de se conseguir subjugar as emoções, com o treinamento e meditação geraram possivelmente o engessamento da primeira linha do código. Ao fazer a diferença entre ignorância e conhecimento, Odan-Urr talvez tivesse em mente que o conhecimento necessário a um jedi seja a compreensão que a Força teria sobre cada detalhe e cada situação específica, e não sobre tudo e de forma exaustiva. Mas poucos jedi compreenderam isso. De forma que o código se obriga a uma nova diretriz, uma nova lei suplementar.
“Não há paixão, há serenidade.”
Pode ser confundido com a primeira linha do código, mas esta é bem mais específica. Ela cuida para que o jedi seja cuidadoso com situações limites, onde ele pode facilmente esquecer dos objetivos e apenas se focar nos meios para atingi-los. Desta forma, se o conhecimento vai banir a ignorância, então a busca pelo conhecimento deve ser feita com clareza de mente e serenidade, para que tal busca não se torne uma razão em si mesma. O mesmo se aplica a outra situações onde o extremo exige do jedi calma, para encontrar uma solução que lhe leve a paz e a vitória. Ensina a não perder a objetividade e a ampliar os canais, de modo a encontrar saídas e evitar reagir de forma agressiva e impensada. Mas se não há como ignorar emoções, como não haver paixão. É o que parece acontecer com Obi-Wan e Anakin. Este teve severas condições de vida que o levaram a um estado de constante medo e sentimento de perda. Se Anakin falhou em seu treinamento, por responsabilidade própria, então o seu treinamento foi é falível neste ponto, e se foi falível por não superar as paixões, sendo esta falha por responsabilidade do mestre, como Obi-Wan acreditava que havia sido, então pode-se concluir que o código, neste ponto, é onde apresenta sua maior deficiência, já que é um aprofundamento da primeira regra. Ao que parece, o cultivo da serenidade era algo possível ao jedi, mas a suplantação da paixão já não era. Se a primeira regra não negava as emoções, a terceira regra não pode negar as paixões, e este equilíbrio mais profundo parece que nenhum jedi sabia exatamente como balancear. Vemos que, por exemplo, Qui-Gon Jinn, um grande mestre jedi e notório dissidentes as regras do Conselho, aceitava de forma mais aberta este fato. Isso lhe valeu a não aceitação como membro do conselho, entre tantas outras situações, que o levaram ao limite do Lado Negro e a ser considerado um Jedi Cinza. Ao que parece, esta filosofia foi passada a Obi-Wan, que não escondeu suas reações extremas ao duelar com Darth Maul.
Então, se a paixão não pode ser evitada, e a serenidade é a única coisa que ainda pode ser cultivada para tentar aplacar as paixões, é necessário um reforço.
“Não há caos, há harmonia.”
A harmonia é uma compreensão atingida pela serenidade, algo que faz o jedi entender o universo como um todo organizado e interdependente. Pessoas comuns podem ver as coisas como desarmônicas e caóticas, mas o jedi as vê como interligadas e dependentes umas das outras. Cada elemento com seu reflexo no outro e assim por diante. É desta forma que Yoda, por exemplo, vê a morte como parte natural da vida. Esta perspectiva positiva da realidade facilita a serenidade e o desapego as coisas materiais e não-materiais. Cada fato no universo tem seu propósito. Desta forma um jedi não nega a tragédia, mas apenas a encara como parte natural do todo. É uma forma realista e equilibrada de ver as coisas. É eficaz para manter-se sereno, mas não serve para combater emoções e paixões, já que estas não podem ser negadas. E de forma irônica, se o caos é relacionado ao todo oposto ao que o jedi evita, então ele também é inegável. De modo que a não-existência do caos é apenas um ponto de vista. Obi-Wan, ao finalizar a luta com seu ex-aprendiz, Anakin, parece perceber em desespero que a extinção dos jedi e a vitória dos sith sinalizava que o caos era algo presente. Era necessária uma nova compreensão do universo para poder lidar com a nova situação. A profecia jedi que falava de um futuro equilíbrio da Força, em si pressupõe o desequilíbrio, onde este é interpretado como a presença do Lado Negro.
“Não há a morte, há a Força.”
Esta última regra ou linha do Código Jedi é parte de uma discussão dos estudantes da Ordem. Seria este, então, o único objetivo da vida? A Morte? Se há a Força, então não há morte, mas sim apenas um estado transitório da vida para outra forma de vida. A não-existência é na verdade a existência na Força. A matéria pode desaparecer, mas a vida não, pois esta é imaterial, assim como a Força. Desta forma, o Jedi encara a morte de forma mais natural e se prepara para ela, de modo que ele entende a relação vida-morte não como opostos, mas sim como pares de um mesmo processo. Curiosamente, esta é a razão pela qual os jedi comem de tudo, e não são vegetarianos. Ao que parece, esta ultima linha do código é perfeita para salientar o que na verdade é a maior preocupação do jedi. A Ordem Jedi é uma ordem militar, e como tal, a guerra é parte de sua vida. Sendo assim, um jedi deve apreciar a vida, e da mesma forma, apreciar a morte, quando esta lhe chegar. Um jedi, como soldado, deve aprender que a morte lhe alcançará se em batalha estiver, e é neste momento, e também no dia-a-dia, que ele deve demonstrar todas as outras qualidades para o momento da morte. Serenidade, Paz e Harmonia interna devem estar presentes na hora exata em que o jedi se tornar um com a Força. É o destino de todos, sem exceção. E para uns, pode vir mais rápido do que para outros, e este é o caso de um cavaleiro jedi. Um exemplo notável é o de Obi-Wan Kenobi, após seu último confronto com Darth Vader.
Mas qual é a diferença deste princípio para que se distingue, daqueles que não são guiados pelo Lado Negro?
Isto é o que veremos no próximo artigo.
Até lá!

2 comentários:

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