segunda-feira, 3 de outubro de 2011

SÉRIE MEIOS DE GUERRA: DESTRÓIER ESTELAR IMPERIAL

Imperial Star Destroyer
Após abordar, nesta série, uma sequência de caças estelares da Galáxia Far Far Away, acho que chegou a hora de falarmos dos grandões que cortavam os céus dos vários planetas e o espaço infinito. E dentre tantos gigantes que singravam os ares e o vácuo espacial, nada é mais icônico e representativo do que os famosos e belos cruzadores imperiais, dentre ele, o alvo de nossa aventura atual, o Star Destroyer Imperial-Class.

Um dos símbolos do poder da Marinha Imperial e ícone do Império Galáctico, sua imagem evoca sentimentos contraditórios que vão do espanto e admiração ao medo e terror. Enviados aos mais remotos cantos da galáxia, é a personificação da presença imperial em lugares onde antes a República tinha pouca ou nenhuma autoridade, sobjulgando planetas e controlando sistemas. Sua capacidade de bombardeio é suficiente para destruir um planeta inteiro, se este não possuir escudos planetários.



A Arma:

Originalmente nomeado, nos dias finais da Velha República, como Destróier Estelar Classe Imperador (Star Destroyer Imperator-Class), foi rebatizado como Classe Imperial, com as variantes Mk. I e II, tendo esta última entrado em serviço somente no período imperial.

Destróier Estelar Classe Imperial I
A eficácia desta nave de guerra não se dava apenas pelo seu grande poder de fogo, mas também pelos efeitos psicológicos que seu tamanho e sua imagem no céu produzia. Se adequando perfeitamente na Doutrina Tarkin, o efeito aterrorizante que o ISD (sigla que passaremos a utilizar) causa nos cidadãos e nos militares inimigos é que: qualquer missão contra uma nave como ela, seria suicídio. As pessoas preferiam descartar qualquer chance arsenal para combater um ISD e pensar taticamente, optando pela fuga ou rendição.

Projetado por Lira Wessex, ainda nos dias finais das Guerras Clônicas, foi construído pela Kuat Drive Yards, e chegou a tempo, antes do fim da guerra, para servir e derrotar os separatistas. Seu parente anterior, o destróier Classe Victory, era lento demais, entre outras desvantagens. Baseado em seu desenho, a forma de adaga, o ISD foi criado e a sua aprovação no Senado Galáctico gerou muita controvérsia, devido ao custo elevado, calculado em vinte vezes o custo de uma fragata de escolta EF76 Nebulon-B. Para efeito de comparação, diz-se que o orçamento para um único ISD era maior do que o PIB de alguns sistemas esteleares. Juntamente com o destróider Classe Tector (igual ao ISD, porém sem hangares e com maior blindagem), os ISDs serviram em poucas unidades, substituindo gradativamente as naves menores, os Classe Venator.

Destróier Estelar Classe Imperial II
Seu tamanho era de 1.600 metros de comprimento. Em comparação ao destróier Classe Venator, o ISD era enorme. Mas na Frota Imperial, ele figurava como uma nave de porte médio. No entanto, ele ocupou o lugar de navio de guerra primário do Império, sua ponta-de-lança, e maior símbolo da Marinha Imperial. O ISD contava com uma tribulação de trinta e sete mil pessoas, e um complemento de mais 9.700 stormtroopers, pilotos de caça e oficiais de apoio. Dentre as muitas dependências da nave, havia salas VIP e áreas de recreação.

Seus sistemas ofensivos e defensivos eram fenomenais. Um ISD contava com uma bateria principal de seis turbolasers pesados e dois conhões de íons pesados. Estas baterias eram dispostas ao longo da superestrutura do navio, montados em oito torres duplas, sendo quatro a estebordo e quatro a bombordo, com a possibilidade disparar, dependendo da distância do alvo, abaixo da linha média do casco. Quando o alvo era menor, ou não poderia ser atingido pelas baterias principais, cerca de mais de sessenta armas estavam montadas nas laterais do casco do ISD, de pequeno e médio portes. Eram destinadas a destruir naves menores, mísseis e caças. Três torres triplas defendiam o topo da superestrutura e mais duas torres defendiam o hangar ventral. Ao todo sua configuração de armas era a seguinte: Torres duplas de turbolasers pesados (6 unidades); torres duplas de canhões pesados de íons (duas unidades); turbolasers Quad pesados (duas unidades); turbolasers médios triplos (3 unidades no topo da ponte); turbolasers médios (duas unidades); turbolasers pesados Taim & Bak XX-9 (60 unidades); canhões de íons Borstel  NK-7 (60 unidades); e projetores de raio trator Phylon Q7 (10 unidades).

Para sua defesa, o IDS contava com dois poderosos geradores de escudo (de efeito em área local), modelo ISD-72x que também abrigava os sistemas de sensores. Seu casco era de titanium reforçado e suportava muito bem os impactos produzidos por armas ou mesmo objetos. Devido os geradores de escudo serem próximos um do outro e bem acima da ponte de comando, esta se tornava a parte mais bem protegida da nave.

Um ISD era suplementado por seis esquadrilhas de TIE Fighters, totalizando 72 caças. Quatro delas eram de TIE/Ins, uma de TIE Insterceptors e uma de TIE/sa bombardeiros. Também podia levar em seus hangar naves auxiliares como barcaças AT-AT Classe Theta, Shuttles Classe Lambda, Transporte de Tropas Classe Sentinel, entre outras. Para o ataque ao solo, transportava até 20 andadores AT-AT, 30 andadores AT-ST, e uma base pré-fabricada para uma guarnição inteira, caso uma ocupação planetária levasse muito tempo. Neste casos, o ISD poderia voar na atmosfera para dar suporte as tropas em solo.

Para a sua propulsão, um ISD contava com sete motores iônicos, sendo três principais KDY Destroyer-I e quatro auxiliares Cygnus Spaceworks Gemon-4. Para realizar o salto no hiperespaço, a energia consumida por um ISD era equivalente ao consumo de energia pela população de alguns planetas ao longo de sua história. Um imenso Reator de Ionização Solar, modelo SFS I-a2b, alimentava estes motores. Os quatro Gemon-4 eram utilizados em casos de emergência ou de impulso adicional, dando-lhe uma aceleração máxima de 2300G. O ISD estava equipado com sistema de hiperpropulsão Classe 2.0, podendo ser atualizado para classe 8.0.

Servindo em várias forças-tarefas da República, porém em número limitado, o ISD e o Tector foram sendo produzidos em maior número, conforme se aproximada o fim da guerra, desacelerando as linhas de produção do Venator, menor e mais antigo. O primeiro ISD a entrar em serviço foi o Executrix, e o segundo foi o Exactor, que depois serviu de nave de comando do Executor Imperial, Darth Vader. O terceiro ISD conhecido foi o Imperator.

Sua fama e destaque se deu realmente durante a Era Imperial. A partir de 19 BBY, após o fim da guerra, os ISD foram substituindo todos os destróieres Classe Venator, já obsoletos. Estas naves eram tão poderosas, que se um planeta não estivesse protegido por escudos planetários, poderia ser desvastado inteiramente. De acordo com registros oficiais, cerca de 25.000 unidades foram produzidas. Ao longo dos anos, muitas destas unidades foram destruídas nas guerras após a morte do Imperador Palpatine, outras unidades desertaram ou foram capturadas.

Dentro da estrutura da Marinha Imperial, os ISDs eram as principais naves da frota, compondo os "Esquadrões de Batalha". Estes esquadrões patrulhavam setores da galáxia, e eram compostos de 24 unidades, operando de forma independente e longe de bases de apoio. Também seriu de escolta para naves maiores, como os Star Dreadnought Classe Executor. Vários ISDs, juntamente com o Executor, fomaram o "Esquadrão da Morte", que atacou a Base Echo, em Hoth (3 ABY).

Durante o período da Nova República, muitos ISDs ainda serviram de escolta para naves maiores. O Grande-Almirante Thrawn, em 9 ABY, comandou uma massiva força imperial a bordo do ISD Chimaera. A Nova República chegou a usar alguns ISDs capturados em sua frota.

As variantes do ISD são duas, na verdade. Além do ISD Mk.I, existiu o ISD Mk. II, mais famoso que o Mk. I e também o mais produzido. Além de diferenças estéticas, sofreu extensivas melhorias em sua blindagem e armamentos. Embora ele tenha apresentado muitos defeitos de projeto, ainda assim se revelou uma formidável nave de batalha. Tendo um custo de 145 milhões e 670 mil créditos imperiais, tinha como armamento principal uma bateria de oito torres de turbolasers (ou canhões de íons) pesados óctuplos; uma bateria secundária com cinco torres de turbolasers pesados; mais uma bateria simples de turbolasers; mais 26 baterias adicionais; mais 20 canhões de íons pesados; e mais dez projetores de raio trator. Além destas modificações, a torre de comunicações acima da ponte foi melhorada e sofreu mudanças estéticas. Entrou em serviço em 0 BBY, meses antes da Batalha de Yavin.

A outra variante é a versão ISD Classe Interdictor, com configuração semelhante ao do ISD Mk. I, porém com a metade das baterias principais, já que o espaço deveria ocupar quatro grandes projetores gravitacionais em forma de domo.

Não se sabe exatamente quando os ISDs foram aposentados totalmente, mas ele teve extensiva atuação por mais de 50 anos de serviço na Marinha Imperial e na Nova República, além de frotas particulares.

Paralelos: 


Se eu usasse todas as regras possíveis para efetuar as comparações, quase todas as naves de Star Wars seriam comparadas a Navios Aeródromos ou Porta-Aviões. Estas seriam comparações das mais adequadas, mas me deixariam limitado a poucas opções, além do que os porta-aviões, por serem muito grandes, são mais parecidos com as maiores naves de Star Wars que se tem conhecimento. No entanto, se eu comparar as naves por sua classificação (destróier, fragata, corveta, etc.) terei um leque maior de possibilidades, sem deixar, é claro, de mencionar qualquer possibilidade que seja mais semelhante, fora destes padrões e guardadas as devidas condições. Deste modo, vou comparar o ISD com navios classificados como destróieres (ou contratorpedeiros, como são chamados no Brasil) que, tal qual os ISDs de Star Wars, formam o principal elementos das maiores e mais poderosas frotas do mundo. Deve-se também dizer que, dependendo da força naval nacional (US Navy, Royal Navy, Marinha do Brasil, etc.), a classificação dos navios pode variar, onde um uma frota uma fragata, poderá ser classificada como cruzador leve em outra. De modo que esta variação poderá aparecer nos paralelos.


Minha primeira opção para um paralelo com os ISDs são os contratorpedeiros da Segunda Guerra Mundial. Nesta época, estas armas estavam se desenvolvendo para se tornaram maiores, melhor equipadas e com capacidade de operar de forma independente em viagens oceânicas. Antes disso, os contratorpedeiros eram menores, mais rápidos, porém limitados a operações em grupo, com navios de apoio e próximos ao litoral. Em nosso contexto, os desenhos originais do que seriam os futuros ISDs de Star Wars tinham uma aparência mais próxima de navios verdadeiros, principalmente quando se observava a superestrutura das naves, que se assemelhava muitíssimo a um navio de guerra.


Zerstorer 1936A Mob
Uma primeira comparação seria com os destróieres alemães Classe Narvik, mais precisamente no modelo Zerstörer 1936A Mob. Eles foram os maiores destróieres da Kriegsmarine e que, ao longo da guerra, passou por várias modificações que visavam corrigir problemas em modelos mais antigos. Esta variação tinha como objetivo, melhorar problemas com os motores da versão anterior e também melhorar as armas, dando mais poder de fogo ao navio. Algo parecido entre a trasição entre os ISDs Mk. I e II. Foram com a fiabilidade de seus motores, a solidez da sua estrutura e capacidade de navegação, além de poder de fogo suficiente para se defender sozinho, foi considerado o melhor navio de guerra na sua classe.


Foram construidos sete unidades deste modelo e após a guerra, quatro deles foram distribuidos entre os aliados, ficando um para a União Soviética, um para os EUA, um para a França e outro para o Reino Unido. Estes navios serviram por muito tempo, entrando em serviço em 1942 e tendo sua última unidade sendo descomissionada em 1964.


Esta classe, como configuração geral, possuia um comprimento máximo de 127m, propulsionada por duas turbinas Wagner de 70.000 shp, com dois eixos. Desenvolvia uma velocidade de 37,5 nós ou quase 70km/h. Seu raio de ação era de 2.240 milhas náuticas ou 4.150Km, se navegando a 19km/h. Contava com uma tripulação de 330 homens e seu armamento era muito forte: 5 canhões de 150mm, 4 armas (depois 14) de 37mm, 12 armas (depois 18) de 20mm, mais 8 tubos de torpedos de 533mm, 60 minas e 4 cargas de profundidade.


Os modelos da Classe Narvik tiveram seu design em baseada em embarcações anteriores, a semelhança do ISD. Apesar de apresentar alguns defeitos de projeto, sua criação, na verdade, solucionava vários outros, como a capacidade melhorada para navergar sozinho no oceano, suportando mares bravios. Com a experiência obtida em combate, ao longo da guerra, suas defesas, principalmente as anti-aéreas, foram aperfeiçoadas e acrescentadas, permitindo que alguns modelos chegassem em plena condição de uso, ao fim do conflito, sendo reutilizados nas marinhas de guerras das potências aliadas. Seu destino é bem mais glorioso do que de outros navios que foram todos destruidos, sucateados ou canibalizados. Os ISDs também tiveram destinos semelhantes, tendo muitas de suas unidades sendo empregadas na Marinhas da Nova República.


Na atualidade, existem destróieres muito mais poderosos que os da II Guerra Mundial, a maioria com plataformas de pouso para helicópteros, e com algumas formas e designs na superestrutura que lembram vagamente um ISD.


ARA Almirante Brown
De início podemos citar a Classe Meko 360, construídos na Alemanha para as marinas da Argentina e da Nigéria, sendo reclassificado como fragata na marinha nigeriana. Construidos pela Blohm + Voss, o modelo H2 recebeu foi reclassificado pelos hermanos como destróier Classe Almirante Brown, possuindo 4 unidades deste. A única versão H1original está com o país africano. Suas especificações não são por demais extraordinárias, mas o desenho do seu domo único do seu sistema de guerra eletrônica, à frente do radar, nos lembra um gerador de escudo do ISD.


Fragata Classe Horizon
Outros dois navios semelhante, que podemos citar paralelamente, são a fragata Classe Horizon (franco-italiano) e o destróier Type 45 (britânico). Ambos possuem radares multi-funcionais que aparecem na superestrutura destas embarcações como grandes domos únicos; e, ao contrário dos navios da Classe Meko 360, são pesadamente armados com canhões, mísseis anti-aéreos, torpedos, mísseis de ataque ao solo, metralhadoras, entre outras armas. Também possuem plataforma de pouso e hangar para 1 ou 2 helicópteros, dependendo do modelo.


Destróier Type 45
Mas o que me parece icônico, reunindo a capacidade de um porta-aviões e a de um destróier, é o destróier porta-helicópteros Classe Hyuga. Desenvolvido pela empresa IHI Corporation para a Força Marítima de Auto-Defesa do Japão, ele é classificado como um destróier, embora seja um porta-aviões ligeiro de convés corrido. Isto se deve ao fato de que a legislação japonesa ainda proíbe que a sua marinha possua porta-aviões. Sendo assim, os Hyuga são os maiores contratorpedeiros de todos os tempos, com 18.000 toneladas de deslocamento e um comprimento de 197m. Foram projetados para substituir os também enormes e fortemente armados destróieres Classe Haruna, neste ano de 2011. Além de serem os maiores destróieres do mundo, atualmente, também são os maiores navios de combate operados pelo Japão desde a antiga Marinha Imperial Japonesa.


Até agora existem dois deles, o Hyuga (que dá o nome a Classe, 2009) e o Ise (2011). Seu design reune todos os elementos de comparação com o ISD de Star Wars. Ele possui um sistema de radar e contra-medidas eletrônicas que pode ser vista pelos seus domos espalhados no castelo (a superestrutura de um porta-aviões), é bem equipado com armas ofensivas e defensivas, e tem capacidade de transportar aeronaves.


Destróier Classe Hyuga (porta-helicópteros)
A propulsão é feita por dois eixos, cada um em um sistema COGAG (Combined gas turbine and gas turbine), de 100.000 hps (75.000kW). Isso permite o Hyuga se deslocar a mais de 30 nós (56km/h). Com sensores e sistemas de processamento avançados, cinco ao todo, seu armamento é: 16 células de mísseis para lançamento vertical, 16 mísseis Sea Sparrow, 12 mísseis ati-submarinos, 2 sistemas de armas anti-navio de 20mm Phalanx CIWS, dois lançadores de torpedos de 324mm (triplos), e uma MG de 12,7mm. Possui, também hangares fechados e a capacidade de levar até 11 aeronaves.


Desde a II Guerra Mundial não se via embarcações deste porte na marinha japonesa, e os nomes das duas unidades homenageam dois antigos encouraçados da Era de Ouro da Marinha Imperial Japonesa. Dificilmente, uma outra embarcação seria um paralelo tão perfeito quanto os destróieres Classe Hyuga com o Destróier Estelar Classe Imperial. Se uma frota, possuisse vários destes navios a sua disposição, provavelmente poderia rivalizar com a mais poderosa frota do mundo, suplementada por todas as outras classes mais modernas de navios de combate. Este princípio, aplicado pelo Imperador Palpatine à Marinha Imperial, fez do Imperial Star Destroyer, a sua mais potente arma na frota, constituindo-se a espinha dorsal desta poderosa armada.

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