Qui, 07 de Maio de 2009 10:24
Por Darth Metrius
Na coluna anterior, eu havia prometido falar sobre este assunto, então, lá vai!
Acho que a maioria deve lembrar o “causo” que contei. A vendedora da loja de brinquedos que me disse: “Como já passou a época, as vendas caíram e o dono não fez novas encomendas. Desculpe, mas não temos o que o senhor deseja”.
Bem..., a história toda foi mais ou menos assim:
Fui a uma loja de brinquedos, em um bairro visinho ao meu, onde esperava encontrar alguns colecionáveis, miniaturas de naves e veículo, que é o que eu prefiro. Devem lembrar-se aquela série Titanium, fabricada pela Gulliver (cada dia que passa estes artigos ficam mais raros, até mesmo na internet), pois era exatamente esta coleção que procurava.
Nesta mesma loja, já havia feitos algumas comprar, detalhe curioso para a história, já que da primeira vez que havia visitado o referido estabelecimento, o dono tinha me dito que sempre fazia encomendas destes artigos para a loja. Segundo ele: As encomendas chegavam e eram vendidas “em uma tapa”! Os artigos tinham muita saída. Isso foi há dois anos.
Mas para a minha surpresa, em fevereiro deste ano, quando a série da Cartoon Network está a toda, com sucesso de audiência, ao voltar à loja, descubro a triste realidade, personificada nas palavras da vendedora que me dissera: “Como já passou a época, as vendas caíram...”, e vocês já sabem o resto.
Saí da loja decepcionado, ou melhor, como diria um grande amigo meu: “decepchocado”! Algo assim foi demais irritante, aborrecedor e frustrante. A loja que confiava agora me passava para trás, e não havia outro motivo. As vendas haviam caído.
Não culpo o dono da loja, afinal, ele só estava fazendo um mau negócio tentando vender o que não estava mais tendo uma boa saída. E como eu mesmo falei anteriormente, a culpa é dos pseudo-fãs brasileiros, que apenas se empolgam por um minuto minock e deixam a nossa amada franquia jogada as traças, salva por um número reduzido de verdadeiros admiradores que conseguem manter um agenda anual funcionando.
Sempre acreditei que o mercado brasileiro voltado para os cinéfilos de ficção científica fosse uma mina de ouro para os empresários brasileiros e estrangeiros. Atualmente esta perspectiva está mudada, infelizmente, para pior. Começa pela própria postura das empresas que publicam livros e revistas, fabricam os brinquedos e produzem os suvenires. Parece que no Brasil não existem consumidores para estes produtos. E como isso é um sistema que se auto-alimenta, também desaparece o mercado, a necessidade, o motivo primordial, a razão pura e simples, de se consumir, roda mestra do comércio.
Alguns podem acha este um discurso muito capitalista e de sociedade de consumo, digna da Federação do Comércio e Nute Gunray, mas é isso mesmo. Não podemos fugir ao fato de que nossa sociedade é uma sociedade onde tudo gira em torno do eixo compra-venda. Assim funciona o mercado, assim é o comércio, assim é que circulam os “créditos da República”, os Reais tão penosamente conquistados pelo trabalho duro de um mês. Uma action figure que se compre, é para nós um dos poucos prazeres que o trabalhador brasileiro, admirador de Darth Vader e CIA., pode ter nesta vida.
Mas nem tudo para por aí. Além disto, fica evidente que as empresas de George Lucas e suas parceiras, bem como as empresas de fãs-para-fãs, parecem apenas se preocupar com o mercado norte-americano e europeu. Na realidade, arriscaria dizer que o mercado latino-americano é bem menos prestigiado, principalmente abaixo da Linha do Equador. Não existem parques temáticos com áreas dedicadas a Star Wars; não existem conferências que sejam patrocinadas por editoras e empresas que possuam alguma relação com os fãs; e George Lucas nunca deu as caras por aqui, para divulgar suas produções e projetos. Sentimos como se fossemos “filhos abandonados”. Mas não tenho mágoa com isso; um órfão geralmente aprende a viver sozinho.
Isso tudo, penso eu, não justifica a atitude dos fãs brasileiros, todavia explica muita coisa. Explica o motivo pelo qual uma loja especializada deixa de vender os produtos com a marca Star Wars, pelos motivos da loja de brinquedos já citada; explica a razão de fãs não gerarem lucros para esta fatia de mercado; explica as reais condições do que chamo de Mercado Brasileiro de Star Wars ser um mercado tão pouco atrativo. É só entrar na internet, e visitar uma loja online da vida, como uma “Submarino” ou “Americanas”, para se notar a imensa quantidade de produtos, principalmente publicações em língua estrangeira, sobretudo a inglesa. Faça uma busca para encontrar uma publicação em português, e encontrará com muita dificuldade dois ou três itens, e talvez já esgotados.
É triste, decepcionante, desmotivante! Parece que o brasileiro só tem o direito de comprar DVDs dos filmes e séries. Nem mesmo um CD com trilhas sonoras nós podemos comprar em uma loja de música, devido à raridade do objeto. Parece que no nosso país, trilha sonora só se for a das novelas. Resta-nos apenas baixar as copias pela internet através dos sites e programas de compartilhamento.
Neste cenário de total desprezo pelos fãs brasileiros, que se constituem uma grande fonte de lucro, mas negligenciados, como se não houvesse o igual interesse de nossa parte em comprar, gera-se uma anomalia por sua vez: fãs que deixam seu objeto de admiração de canto. Fãs de mangás japoneses, pokémons, e do jurássico Cavaleiros do Zodíaco têm mais oportunidades do que os “Filhos de George Lucas”.
No Brasil, se quiser ir a uma festa a fantasia, trajado de Boba Fett, só restam três opções: Ou você paga em dólar pela fantasia, comprando pela internet em um site americano especializado ou pelo site Oficial; encomenda de um fabricante nacional que reproduz a fantasia com baixa qualidade e com medidas erradas; ou ainda você mesmo a faz, utilizando o que pode como material, mas com aquele desgosto de usar o capacete do maior caçador de recompensas da galáxia, pintado a mão com Tinta Guache.
Que a Força nos ajude, e que em algum dia, o tio G.L. olhe para o Brasil com mais consideração, e que o mercado brasileiro de Star Wars seja de fato um dos maiores do Sistema Solar.
Artigo publicado originalmente no site: www.jedimaster.com.br
A imagem foi retirada do blog http://blogdebrinquedo.com.br
Na coluna anterior, eu havia prometido falar sobre este assunto, então, lá vai!
Acho que a maioria deve lembrar o “causo” que contei. A vendedora da loja de brinquedos que me disse: “Como já passou a época, as vendas caíram e o dono não fez novas encomendas. Desculpe, mas não temos o que o senhor deseja”.
Bem..., a história toda foi mais ou menos assim:
Fui a uma loja de brinquedos, em um bairro visinho ao meu, onde esperava encontrar alguns colecionáveis, miniaturas de naves e veículo, que é o que eu prefiro. Devem lembrar-se aquela série Titanium, fabricada pela Gulliver (cada dia que passa estes artigos ficam mais raros, até mesmo na internet), pois era exatamente esta coleção que procurava.
Nesta mesma loja, já havia feitos algumas comprar, detalhe curioso para a história, já que da primeira vez que havia visitado o referido estabelecimento, o dono tinha me dito que sempre fazia encomendas destes artigos para a loja. Segundo ele: As encomendas chegavam e eram vendidas “em uma tapa”! Os artigos tinham muita saída. Isso foi há dois anos.
Mas para a minha surpresa, em fevereiro deste ano, quando a série da Cartoon Network está a toda, com sucesso de audiência, ao voltar à loja, descubro a triste realidade, personificada nas palavras da vendedora que me dissera: “Como já passou a época, as vendas caíram...”, e vocês já sabem o resto.
Saí da loja decepcionado, ou melhor, como diria um grande amigo meu: “decepchocado”! Algo assim foi demais irritante, aborrecedor e frustrante. A loja que confiava agora me passava para trás, e não havia outro motivo. As vendas haviam caído.
Não culpo o dono da loja, afinal, ele só estava fazendo um mau negócio tentando vender o que não estava mais tendo uma boa saída. E como eu mesmo falei anteriormente, a culpa é dos pseudo-fãs brasileiros, que apenas se empolgam por um minuto minock e deixam a nossa amada franquia jogada as traças, salva por um número reduzido de verdadeiros admiradores que conseguem manter um agenda anual funcionando.
Sempre acreditei que o mercado brasileiro voltado para os cinéfilos de ficção científica fosse uma mina de ouro para os empresários brasileiros e estrangeiros. Atualmente esta perspectiva está mudada, infelizmente, para pior. Começa pela própria postura das empresas que publicam livros e revistas, fabricam os brinquedos e produzem os suvenires. Parece que no Brasil não existem consumidores para estes produtos. E como isso é um sistema que se auto-alimenta, também desaparece o mercado, a necessidade, o motivo primordial, a razão pura e simples, de se consumir, roda mestra do comércio.
Alguns podem acha este um discurso muito capitalista e de sociedade de consumo, digna da Federação do Comércio e Nute Gunray, mas é isso mesmo. Não podemos fugir ao fato de que nossa sociedade é uma sociedade onde tudo gira em torno do eixo compra-venda. Assim funciona o mercado, assim é o comércio, assim é que circulam os “créditos da República”, os Reais tão penosamente conquistados pelo trabalho duro de um mês. Uma action figure que se compre, é para nós um dos poucos prazeres que o trabalhador brasileiro, admirador de Darth Vader e CIA., pode ter nesta vida.
Mas nem tudo para por aí. Além disto, fica evidente que as empresas de George Lucas e suas parceiras, bem como as empresas de fãs-para-fãs, parecem apenas se preocupar com o mercado norte-americano e europeu. Na realidade, arriscaria dizer que o mercado latino-americano é bem menos prestigiado, principalmente abaixo da Linha do Equador. Não existem parques temáticos com áreas dedicadas a Star Wars; não existem conferências que sejam patrocinadas por editoras e empresas que possuam alguma relação com os fãs; e George Lucas nunca deu as caras por aqui, para divulgar suas produções e projetos. Sentimos como se fossemos “filhos abandonados”. Mas não tenho mágoa com isso; um órfão geralmente aprende a viver sozinho.
Isso tudo, penso eu, não justifica a atitude dos fãs brasileiros, todavia explica muita coisa. Explica o motivo pelo qual uma loja especializada deixa de vender os produtos com a marca Star Wars, pelos motivos da loja de brinquedos já citada; explica a razão de fãs não gerarem lucros para esta fatia de mercado; explica as reais condições do que chamo de Mercado Brasileiro de Star Wars ser um mercado tão pouco atrativo. É só entrar na internet, e visitar uma loja online da vida, como uma “Submarino” ou “Americanas”, para se notar a imensa quantidade de produtos, principalmente publicações em língua estrangeira, sobretudo a inglesa. Faça uma busca para encontrar uma publicação em português, e encontrará com muita dificuldade dois ou três itens, e talvez já esgotados.
É triste, decepcionante, desmotivante! Parece que o brasileiro só tem o direito de comprar DVDs dos filmes e séries. Nem mesmo um CD com trilhas sonoras nós podemos comprar em uma loja de música, devido à raridade do objeto. Parece que no nosso país, trilha sonora só se for a das novelas. Resta-nos apenas baixar as copias pela internet através dos sites e programas de compartilhamento.
Neste cenário de total desprezo pelos fãs brasileiros, que se constituem uma grande fonte de lucro, mas negligenciados, como se não houvesse o igual interesse de nossa parte em comprar, gera-se uma anomalia por sua vez: fãs que deixam seu objeto de admiração de canto. Fãs de mangás japoneses, pokémons, e do jurássico Cavaleiros do Zodíaco têm mais oportunidades do que os “Filhos de George Lucas”.
No Brasil, se quiser ir a uma festa a fantasia, trajado de Boba Fett, só restam três opções: Ou você paga em dólar pela fantasia, comprando pela internet em um site americano especializado ou pelo site Oficial; encomenda de um fabricante nacional que reproduz a fantasia com baixa qualidade e com medidas erradas; ou ainda você mesmo a faz, utilizando o que pode como material, mas com aquele desgosto de usar o capacete do maior caçador de recompensas da galáxia, pintado a mão com Tinta Guache.
Que a Força nos ajude, e que em algum dia, o tio G.L. olhe para o Brasil com mais consideração, e que o mercado brasileiro de Star Wars seja de fato um dos maiores do Sistema Solar.
Artigo publicado originalmente no site: www.jedimaster.com.br
A imagem foi retirada do blog http://blogdebrinquedo.com.br
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