terça-feira, 16 de abril de 2013

O DIREITO DE SER INCOERENTE COM O EVANGELHO

Ariovaldo Ramos e sua missão socialista para a Igreja Brasileira


Por Julio Severo


Em artigo recente na revista Ultimato, Ariovaldo Ramos declarou, “Fui advertido de que nesse momento, que estamos vivendo na Igreja evangélica brasileira, discordar do Presidente do CDHM, em exercício, é concordar com o movimento GLBTS, e vice versa. Discordo!”


Em seguida, ele levanta uma longa lista de discordâncias com Marco Feliciano, o pastor da Assembleia de Deus que está sofrendo implacável oposição das esquerdas por assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos (CDH).

Essa é a segunda manifestação pública de Ariovaldo. A primeira foi numa recente carta pública, também publicada na revista Ultimato, onde Ariovaldo assinou seu nome num documento de discordância contra Feliciano na CDH. Entre os outros assinantes estava André Sidnei Musskopf, professor luterano na Escola Superior de Teologia e conhecido defensor da agenda gay. Estava também Antonio Carlos Costa, pastor presbiteriano fundador da organização desarmamentista esquerdista Rio de Paz, e dezenas de outros pastores, especialmente presbiterianos e luteranos.

Pelo currículo de Ariovaldo, alguns seriam tentados a aceitar a longa lista dele contra Feliciano. Afinal, como afilhado espiritual de Caio Fábio, ele foi presidente da extinta Associação Evangélica Brasileira (AEVB), assumindo logo depois de seu pai espiritual.

Hoje, ele perece ser o representante máximo da Aliança Evangélica (AE), uma entidade que se diz representar todos os evangélicos do Brasil. A AE foi fundada no colo da Ultimato, a revista que elogia Ariovaldo como sendo um “conferencista sobre a missão da igreja.”

Qual é a visão dele sobre a missão da igreja? Ariovaldo é considerado um dos profetas da Teologia da Missão Integral — que ele declara ser a versão protestante da Teologia da Libertação.

Ele é bastante criativo na implementação dessa teologia esquerdista entreguista.

Em fevereiro passado, em importante reunião num templo presbiteriano da IPB em Brasília, Ariovaldo, como representante da AE, e Gilberto Carvalho, como representante do governo do PT, estiveram juntos para iniciar um parceria.

Os pastores que presenciaram esse sacrilégio não tiveram a mesma ousadia de Ariovaldo que não se cansa de dizer sobre Feliciano: Eu discordo! Ninguém ali manifestou discordância com o sacrilégio.

Há muitos pastores, especialmente reformados (a mesma linha teológica de Ariovaldo), que caminham com ele tranquilamente em conferências e outros importantes eventos evangélicos sem nunca dizerem para ele: “Eu discordo! Discordo do que você tem feito contra a Igreja Brasileira!”

A missão da Igreja não é fazer parceria com o governo do PT. A missão da Igreja é usar sua voz profética contra as mentiras e cultura da morte promovidas pelo governo do PT.

Semanas atrás, depois que foi anunciada formalmente a morte do ditador comunista Hugo Chavez, Ariovaldo chorou e lamentou publicamente, dizendo: “o melhor que se pode dizer de alguém é que, porque ele passou por aqui, o mundo ficou melhor! Isso se pode dizer de Hugo Chávez!”

Isso é coerência com o Evangelho? Ou por acaso a missão da igreja é chorar e elogiar ditadores? A missão dos 12 primeiros apóstolos foi chorar e elogiar Herodes, Pilatos e outros?

Eu discordo da missão que Ariovaldo Ramos quer impor na Igreja Brasileira!

Durante anos, a Comissão de Direitos Humanos foi dominada pelo PT e outros partidos socialistas, aprovando centenas de milhões de reais para a promoção do ativismo gay, especialmente nas escolas. Ariovaldo nunca apareceu publicamente para protestar e discordar desse imenso desperdício de dinheiro.

Ele nunca apareceu publicamente para protestar e discordar da sistemática doutrinação pró-aborto, pró-homossexualismo e pró-marxismo das crianças nas escolas.

Mas com Feliciano na CDH, que na semana passada obteve a vitória de aprovar a construção de um hospital na Bahia para ajudar milhares de famílias afetadas por contaminação de chumbo, Ariovaldo faz contra Feliciano o que nunca fez com nenhum presidente petista da CDH.

Eu discordo de Feliciano, mas sem ser incoerente com o Evangelho. Eu discordo dele por ter apoiado Dilma Rousseff e o governo do PT. Eu discordo dele por ter durante anos apoiado o mesmo socialismo que hoje o está perseguindo e promovendo o aborto e o homossexualismo, o mesmo socialismo que é a alma e o coração da “missão da igreja” proclamada por Ariovaldo.

Eu discordo da coerência que Ariovaldo tem com o socialismo. Em 2010, quando a eleição de Dilma Rousseff esteve ameaçada por uma onda vinda do povo se opondo ao aborto e ao homossexualismo, Ariovaldo esbravejou, juntamente com outros líderes protestantes, num documento público: “Manifestamos as nossas rejeições diante da onda de conservadorismo que se abateu sobre o país nesse processo eleitoral.”

Com essa visão, ele discordará eternamente de qualquer conservador.

Qualquer um que manifestar tal conservadorismo (rejeição ao aborto e ao homossexualismo) sofrerá a rejeição de Ariovaldo e seus companheiros, inclusive André Sidnei Musskopf e Antonio Carlos Costa.

Se eu fosse nomeado presidente da CDH, a revista Ultimato não hesitaria em dar a Ariovaldo um espaço para “discordar” de mim. Afinal, essa é a “missão” dele: discordar dos que não seguem sua missão socialista.

De forma inversa e perversa, se você for um líder evangélico que avança essa “missão,” ele bajulará você como um “profeta.” Pelo menos, essa foi a bajulação que Robinson Cavalcanti ganhou dele num artigo publicado no tabloide sensacionalista Genizah.

Como todo socialista moderno, Ariovaldo tem sua vida muito bem amparada com ligações com entidades americanas. Ele é presidente da Visão Mundial no Brasil, a filial brasileira da Visão Mundial nos EUA.


Muito bem munido financeiramente, ele não discorda dos que seguem sua “missão da igreja.”

Mas sempre o veremos discordar dos que não seguem essa “missão.”

Tenho um conselho para ele: Mude-se para a Venezuela (não se esqueça, por favor, de levar seus companheiros!), alugue uma casa ao lado do túmulo do seu querido Hugo Chavez e pare de se preocupar com a missão de Feliciano na CDH. Seja o que for que ele fizer, não será pior do que o que os petistas já fizeram ali.

E definitivamente não será pior do que o que Ariovaldo Ramos já fez à Igreja Brasileira.


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NOTA: Tenho muito respeito e pelo Pr. Ariovaldo Ramos, pela sua história e trabalho. Já li alguns dos seus artigos e assisti algumas pregações que muito me edificaram, mas não posso ficar neutro ou sair em sua defesa cega sem observar que nos últimos anos, ele tem feito coro com alas mais progressistas no meio protestante histórico, abraçando e promovendo a Teologia da Missão Integral, associando-se a pastores liberais. É nítida, realmente, a crise que a Igreja Protestante Brasileira tem passado nestes últimos anos. Se por um lado, muito deste problema tem sido motivado pelo movimento neo-pentecostal e seus abusos teológicos, denunciado pelos protestantes históricos, por outro lado, estas mesmas vozes que apontam Edir Macedo & CIA, são os mesmas que proclamam informalmente e de forma ainda mesclada com a tradição bíblia, a Teologia Liberal. Lembremos: Foi o liberalismo que matou a igreja europeia.

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