segunda-feira, 2 de agosto de 2010

MEU COLEGA..., ABRA O OLHO VOCÊ!: Ale Rocha e a Apologia do Bizarro e Imoral na Televisão


Por Demetrius Farias
Semana passada estive lendo um artigo publicano no Yahoo Brasil, pelo colunista Ale Rocha, que confesso, não conheço nada a respeito dele. No entanto, ao ler o seu artigo, notei que se tratava de uma apologia aos supostos benefícios que as novelas, nitidamente as globais, trazem para a sociedade brasileira.



O autor escreve que se surpreende com comentários a um artigo anterior, sobre a novela de Silvio de Abreu, "Passione". Nele, os telespectadores protestem contra a exposição de excessiva vilania, imoralidade, temas pra lá de bizarros e o que há de pior em nossa sociedade brasileira, que já tem "mente poluída" por natureza e gosto por safadeza. Segundo Rocha, por muito moralismo ou conservadorismo, o Brasil fecha os olhos para a realidade que as novelas supostamente tentam mostrar, abstendo-se de debates importantes. Ele escreve:
"Mesmo ciente deste comportamento conservador do telespectador brasileiro, fico impressionado com algumas reações. Alguns comentários no texto "'Passione' e a crise da televisão" causam espanto ao mostrar que parte da população prefere fechar os olhos a enxergar a realidade, mesmo que ela seja fabricada por uma emissora de televisão."[1]
Ao ler este parágrafo em diante, eu me questionei: Será que a sociedade brasileira realmente é moralista e conservadora? Penso que não! Alíás, em minha opinião, o Brasil é um dos país mais permissivos e perversos do mundo, com sua nudez gratuita, ovação a imoralidade em horário nobre, cinema que só vende se mostrar vaginas, seios e partes pudendas do homem (eaaaahhh!!!), novelas que fazem apologia a questionadas parcelas da sociedade e correntes de pensamento e comportamento duvidosos, seu catolicismo desobediente ao vaticano, sincretista e idólatra, sua política corrupta e destrutiva, com suas legiões de traficantes e bandidos, assassino, pedófilos (religiosos, tarados ou homossexuais), maníacos doentes, SUS, e adolescentes e crianças entregues a si mesmas pela força do Estado e da Lei (viva o governo do PT), em nome do ECA (éca!), enquanto que um adolescente de 15 anos mata uma senhora na rua com uma pistola, enquanto esta tenta reaver a sua bolsa com o dinheiro de sua aposentadoria, e que agora vai alimentar o tráfico de drogas e providenciar assim mais banho de sangue nas favelas do Rio e de São Paulo, bem como outras cidades do país.
Fico a pensar: Sim... o Brasil é tudo isso, mas ainda assim tais coisas não o resumem. Apesar de tudo, como em um paradoxo, o que move a sociedade a repudiar, ou sentir o mínimo de asco a uma produção Global como esta novela citada, é a mesma que faz com que nos revoltemos com o que vemos nos telejornais e nos periódicos da imprensa: o remanescente divino que nos leva a perceber a injustiça e maldade no mundo, a moral.
No caso do artigo de Ale Rocha, não sou contra a que tais programas televisivos façam suas denúncias ao que há de pior na sociedade, e entendo que as novelas devem sim abordar temas polêmicos. Contudo, não percebo nos autores e diretores este viés humanitário, cidadão e político em seus trabalhos. Pelo contrário, eles apenas expõem seus pontos de vista, sem trazer o debate de fato, colocando na boca de seus personagens, vereditos fechados. 
Um exemplo do que digo é a dupla homossexual apresentada na novela Ti Ti Ti, Osmar e Julinho, e comentada por minha noiva, Cibele Guerra:
"(...) a teledramaturgia está pregando abertamente a relação homoafetiva. E mais: o pai, que expulsou o filho de casa para evitar que a mãe (doente e religiosa) descobrisse a opção sexual do filho, é apresentado como intransigente, como estúpido, bruto, insensível e qualquer outro adjetivo que se queira acrescentar ao simples fato dele não aceitar a homossexualidade de seu filho." [2]
Maria Adelaide Amaral em momento algum traz um debate sobre a relação homoafetiva. Pelo contrário, ela já nos traz uma postura acabada e apresenta uma única configuração do problema, resumindo em um personagem, o pai de Osmar, todos aqueles que se opõe ao homossexualismo e a PLC 122. Me engana que eu gosto, se essa novela não está a serviço do projeto de lei.
Além do mais, não são as novelas as principais responsáveis a função de trazer discussões ao seio da família. Não é, e nem deve ser, e nem mesmo são elas um termômetro confiáveis da qual podemos medir a sociedade, como faz Rocha. Na verdade, ele comenta de forma genérica e chama as pessoas de moralista e conservadora apenas por verificar que "Passione" está sendo alvo de pesadas críticas e estar com baixa audiência para o horário. Acho que ele recebe algo da Globo por isso. Só pode!
Verdade é que segunda após segunda, vemos as mazelas do mundo diante de nosso nariz todos os dias, lendo os jornais, assistindo o William Bonner e sua fiel escudeira, acompanhando as notícias pela internet, e conversando com os colegas de trabalho, amigos, vizinhos, familiares, etc, ou quando nós mesmos somos vítimas ou protagonistas de tais fatos.
Dizer que a sociedade perde oportunidades de debate sobre temas polêmicos por não assistir as novelas da Globo, ou qualquer outra emissora de TV, é desconhecer o próprio mundo em que vive. Afirmar que a reação negativa a "Passione" é moralismo ou conservadorismo, é atentar contra a inteligência alheia e a capacidade de reação ao mal que muitos ainda possuem neste país. Quem critica tais novelas pode ser chamado de hipócrita, como Ale Rocha o faz? Isso é ridículo!
"A trama de Silvio de Abreu é acusada de apostar na maldade e na falta de moral. Parte da audiência acha um absurdo que temas como aborto, drogas e infidelidade sejam retratados. Fico me perguntando que conceitos de maldade e falta de moral têm essas pessoas que preferem ignorar situações que existem e que, em muitas vezes, até protagonizam."[3]
Realmente, não só Passione, mas muitas outros destes entorpecentes globais, só servem para mostrar personagens perversos, maus, e doentios. Aborto e drogas, a questão do adultério entre outros males devem ser retratados sim, mas o problema é que parece que apenas estes temas servem como combustível, sendo descritos de forma aceitável e natural, de acordo com as conveniências e necessidades dos personagens, ou mesmo do autor. E para cada nova novela, o nível de pecaminosidade dos personagens desce cada vez mais. Aí eu pergunto: Sou obrigado a ver isso todos os dias, 24 horas por dia, incluindo o próprio espaço-tempo ficcional da novela, para me dar conta disto? Penso que não! Já chega, né Ale??? Não tenho sangue de barata para aguentar tanto lixo. É preciso ver tanto sexo promíscuo, fornicação e adultério para saber que o mundo de hoje é contra a família e contra moral?
Aliás, seu conceito de moral é que é estranho, Sr. Rocha. Será que o bêbado precisa de pessoas dizendo para ele que ele está bêbado, mostrando-lhe um espelho, cachaça e uma mesa, para que este se convença disto? Ou tal ébrio talvez necessite de alguém que lhe estenda a mão e lhe ofereça um café e um pouco de misericórdia? Isso sim é cidadania e um serviço a sociedade.
Ale Rocha, ao contrário do que você pensa (o papo agora é reto contigo), as pessoas não necessitam de novelas da globo ou da Record para discutir seus problemas. Se você frequentasse alguns segmentos da sociedade, como as igrejas por exemplo, vai descobrir que tais assuntos já são muito debatidos, abordados de forma madura e sem a necessidade da demonstração e apelação. Argumentar que a sociedade não é inocente quanto a pequenas ou grandes transgressões das quais ela mesma reprova, não é razão aceitável para que eu encha meus olhos com lixo da sociedade sem Deus, das 18 as 20 horas, com minha família na sala de casa. Aprenda isso!
Mas se o brasileiro comum, só discute e aprende sobre estas polêmicas, se assistir as novelas, então estamos mesmo em um país de gente burra e idiota, manipulada pelas emissoras de TV, e infelizmente, você é parte desta engrenagem, pois pede que as pessoas vejam "Passione" para poder pensar o aborto, por exemplo. É deprimente! Isso só serve para mostrar que a massa continua sem ler livros e estudar, emburrecida pelos Orkuts da vida, Facebooks e pelos vampiros desdentados e lobisomens que mais se parecem com vira-latas.
Pensando bem..., acho que é isso mesmo. Pois o brasileiro só vive pela opinião da TV, e não pela sua própria opinião. E quando chega a ter opinião própria, na verdade ela foi formada por terceiros, dos quais estão os novelistas, o Jô, o casal Bonner, o Pânico, o SuperPop  e suas calcinhas, entre outros ditos "formadores de opinião".
Brasil: Massa de manobra para os Marinho e Cia., Lula, Dilma e a corja de Brasília. Estou começando a acreditar naquela baboseira de teoria de conspiração dos Illuminati (risos).
Um dos grande problema destas novelas não são as temáticas abordadas, mas sim a repetição gratuita de desgraças e problemáticas que ja vemos na imprensa e no cotidiano. Não precisamos de novela alguma para compreender o mundo ao nosso redor e o que acontece nele. Quer debater estes assuntos de forma madura e saudável, sem poluir seus olhos, vá a uma igreja, a uma ONG, a uma sociedade organizada, leia livros e converse com sua família. Discordo totalmente de Ale Rocha, e entendo que não aceitar que fassam a afirmação generalizada de que estamos fugindo da realidade. Tudo tem hora e tem seu lugar, e acho que a TV aberta já está saturada disto.
Ale Rocha parece ser um poço de contradições. Ao passo que inicia o artigo dizendo que as novelas brasileiras, são uma artigo de exportação, que forma opinião e influencia a sociedade, ele parece querer nos convencer de que a fórmula da exposição do mal não é problema algum. Será, Ale? Até que ponto a o brasileiro ordinário é um subproduto da caixa de luz chamada Televisão? E ao meu ver, as novelas que você parece defender só nos impões seus próprios raciocínios, mas não discute temas.
Jacson Costa, alguém que comentou o artigo escreve a Ale Rocha:
"Caro Ale, se o cotidiano passa pelo filtro moral dos autores, não obstante ser uma postura requerida (na televisão) p/ se “fabricar bons enredos”, nada contra a ficção,mas… ainda em tempo(mesmo que atrasado) lembremo-nos da outra, “Caminho das Índias”, terminou com a MORAL DA ISTÓRIA (Istória) dando o seguint recado: “SER MAU É BOM”, Pois todas as pessoas que fizeram maldades na trama se deram HIPERBEM… Senão, vejamos onde vai parar o conceito de Moral do povo brasileiro, cabe a reflexão…"[4]
Fernanda também diz:
"O problema não é discutir o 'assunto' na novela, mas a forma como tudo é abordado, mostrando as coisas da maneira mais natural que existe, como se devessemos fazer todas as coisas que passam pela nossa cabeça. A novela influencia a vida de milhares de pessoas, que acabam assimilando os valores passados por ela. Traição, maldades, divórcio, passam a serem vistos como super normais. A sociedade já está corropinda, é preciso ajudar as pessoas melhorarem como pessoa e desenvolver valores positivos."[5]

De longe, Sr. Rocha, pode-se dizer que isso é conservadorismo. Pelo contrário, ao passo que o brasileiro possa ser muito amoral ou imoral, ainda há quem sinta o incômodo do mal da sociedade e do mundo. Isso é moral! Isso são valores, e princípios, e é nestes momentos que de debatem tais temas, e se age com relação a eles.
A proposta social da produção televisiva deve levar a cidadania e não a apologia do bizarro, do grotesco, do perverso, a pretexto de abrir-se um debate. Esta tem sido a prática das novelas e seus personagens. Muito embora eu aplauda a novela anterior, Viver a Vida, que apontou o problema da não observância da sociedade quanto aos seus cadeirantes,  no personagem interpretado por Alinne Moraes, não posso deixar de criticar a imensa exposição de infidelidade, promiscuidade, prostituição e adultério dos personagens principais, e que mostrou ao Brasil que o conceito de família é uma verdadeira selva, onde a traição e deslealdade é a regra. Será que agora alguém vai defender esse lixo, argumentando apenas que isso é real e está em nossa sociedade, sem questionar isso? Pelo visto, sim! E o que mais me aborrece é que tem gente descerebrada para dizer e escrever isso.
Façam-me o favor. Ao criticarem esta artigo que escrevo agora, ao menos me dêem tempo orar um pouco antes de ter um acesso de fúria com tanta bobagem que irão me mandar. Tenho certeza que, a semelhança dos comentários idiotas que recebo sobre o artigo do Cazuza, vou acabar recebendo lindos elogios sobre este aqui também.
Ale,... nada pessoal. É que eu li teu artigo e não pude ficar calado. Só isso!
Ah, sim! Eu discuto estes temas com meus pais e na comunidade de onde faço parte. Só pra constar.







Link para o citado artigo:

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Nota: [1],[3],[4],[5] http://colunistas.yahoo.net/posts/3846.html
Acessado em 31/07/2010
[2] Guerra, Cibele B. Ti Ti Ti. Disponível em: http://darthmetrius.blogspot.com/2010/07/ti-ti-ti.html Acesso em 02 de agosto de 2010.


Um comentário:

  1. Capt. Rocdi :

    Parabéns Metrius!!
    Não eh de hj q aprovo os seus belos artigos.
    =DD

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