Por Demetrius Farias
Esta semana eu recebi por e-mail a notificação de que alguém havia feito um comentário em algum dos meus artigos publicados. A princípio achei que se tratava de mais um comentário sobre o Cazuza (não aguento mais!!!), mas logo observei que o comentário vinha de um outro artigo que publiquei em Março, falando sobre o BBB 10, Marcelo Dourado e Dicésar, aproveitando o título de um outro artigo publicado pelo ex-bbb Jean. O comentário feito pelo Anônimo, nome que será utilizado de agora em diante, pedia uma resposta, que de forma respeitosa, argumentou contrariamente ao que eu escrevi.
Sendo assim, estou publicando novamente o comentário do Anônimo, com as minhas respostas para cada colocação feita.
Anônimo disse...
"Sr. Darth Metrius , o senhor tem razão em umas poucas colocações e nenhuma razão na maioria delas. O termo "Homofobia" está mesmo sendo generalizado como qualquer coisa, mas é muito difícil para quem é gay, se sentir cidadão há muitas e muitas décadas, pois a sociedade ainda é preparada para o heterossexual, porém o homossexual também existe na sociedade, quer ser feliz, quer amar e se sentir amado, também trabalha, paga suas despesas e pesados impostos ao governo da mesma forma que o heterossexual, porém não encontra a sociedade para ele, é obrigado a viver na clandestinidade e sempre ser visto como diferente e somente é aceito quando tem poder, é rico, é bonito, proporciona empregos ou diversão para as pessoas da sua comunidade."
Resposta: Para começar, também acho que o termo "Homofobia" está sendo generalizado como qualquer coisa. E vou além! O termo é ofensivo, impróprio e pessoas taxadas por esta alcunha deviam processar aquele que assim as chamam. Homofobia é uma condição médica, psiquiátrica, e rara. Assim como os homossexuais atualmente não admitem serem considerados doentes mentais (e acho que não são mesmo), chamar alguém de homofóbico é igualmente ofensivo, dá processo por difamação e injuria e danos morais, afinal, também se estão chamando o outro de doente mental. A justiça é igual para todos!
A questão não é se a sociedade possui em seu âmago a pessoa homossexual e se este tem anseios como qualquer outra pessoa Questionar isso é tolice. Eles estão aí desde o início da civilização. A questão é a forma como se quer empurrar goela abaixo o comportamento homossexual como algo natural quando este não é. Aliás, naturalizar coisas que não são naturais é um dos hábitos do ser humano. Tudo gira em torno da conveniência, diga-se a verdade.
Quanto a trabalhar, pagar impostos, ser produtivo e contribuir são deveres e direitos de todos, heterossexuais ou homossexuais. A Lei não faz distinção nos direitos fundamentais dos cidadãos. O problema não está nos direitos e deveres. O problema está na própria sociedade que é Heterossexual por natureza (não por naturalização). Sempre o diferente será diferente até o dia em que ser Heterossexual seja considerado um comportamento desviante, coisa impossível de ocorrer. É parte inerente a sociedade discriminar e fazer diferenciação entre partes, categorizar e escolher. Extirpar isso também é impossível. O preconceito também. Apesar de ser algo extremamente negativo, ele é presente em todos e faz parte da individualidade. Se alguém é posto para fora de casa, demitido, agredido, e ter seus direitos ignorados por ser homossexual, coisa por demais terrível, infelizmente é um ônus a ser pago pela escolha feita. Não digo que isso está certo. Está errado, contudo, quero salientar que isto faz parte da sociedade. E o Estado não tem o direito de legislar sobre o que o individuo deve ou não pensar.
"Qual seria outra forma de combater a discriminação ao homossexual que o senhor sugere? Nenhuma? Então o homossexual deve trabalhar, pagar altos impostos, proporcionar muito a todos e não ter os direitos civis assegurados? Não poder ter uma relação estável e poder deixar seus bens para seu companheiro? Não poder declarar oficialmente a nenhum órgão oficial estar com relação estável e poder incluir um companheiro no seu plano de saúde, por exemplo?"
Resposta: Por incrível que pareça para você, na minha opinião é através da Lei que direitos podem ser garantidos. Mas é como eu já disse: Eles já estão garantidos. Se você se sente agredido em seus direitos, seja qual for a esfera, você pode recorrer a justiça. A Lei não diz que os direitos são para todos, menos os homossexuais. Isso é ridículo! O Homossexual deve sim trabalhar assim como o Heterossexual; deve pagar impostos sim, assim como o Heterossexual; e já possui seus direitos assegurados. Devo lembrá-lo que ele antes de ser homossexual, este é homem ou mulher, e que a Lei não faz distinção entre os dois? E não me venha com a falsa retórica de que o homossexual é um terceiro gênero pois isto não existe. Se existisse, haveria um órgão sexual diferenciado (aliás, dois!) Homossexual pode ter relação estável? Pode! Mas dizer que isso é a constituição d uma família, isso jamais será. Deixar seus bens para o companheiro? Pode! Qualquer pessoa pode declarar o seu herdeiro legal, independente de ser marido, esposa, filho, ou outro parente. Se eu possuir bens e quiser deixar de herança para o meu melhor amigo, minha namorada, e até para meus inimigos eu posso fazê-lo. É preciso de Lei para isso, quanto a homossexuais? Plano de saúde? Meu pai me incluiu no plano dele como filho, mas hoje quem paga sou eu! Faz diferença no fim das contas? Tolas reivindicações!
"Então o que importa é o que as instituições religiosas determinaram há vários séculos e os direitos destes cidadãos deverão estar eternamente limitados, como um castigo, por não desejarem ter uma relação com o sexo oposto e produzir filhos biológicos? Então os países da Europa que admitem o casamento civil entre homossexuais estão errados enquanto que o Brasil de terceiro mundo é que está certo em não aprovar o PLC 122 ou não aprovar casamento entre homossexuais? O mundo pode avançar em tudo, alta tecnologia, cura de doenças, internet, telefonia, robôs, material bélico, mas não pode aceitar que entre os seres humanos existam pessoas diferentes e que todos são seres humanos e deveriam ter direitos plenos iguais?"
Resposta: Se a questão perpassa pela religião, se você é cristão, judeu, ou muçulmano, deveria saber que Deus considera o comportamento homossexual pecaminoso. A sociedade se moldou ao longo dos séculos em torno da religião. Veja os hindus: Seria possível a sociedade hindu como a conhecemos sem o hinduísmo? Veja a sociedade japonesa: Seria possível entender a cultura nipônica sem o xintoísmo e o budismo? Pergunto: Seria possível entender a sociedade ocidental sem o cristianismo e o judaísmo? Não. Mas o debate não é sobre antropologia cultural e religião, não é mesmo? Em nossa sociedade o comportamento homossexual é pecado e é algo inaceitável, ponto! Se você não é cristão, ou se declara ateu, ou agnóstico, ainda assim Deus vai continuar considerando o homossexualismo pecado. Não muda nada! E essa é a beleza da democracia. A maioria é quem decide! A religião confirma a postura da sociedade e a sociedade se comporta como a sua crença assim o determina. Este é o processo, sim, a séculos e séculos.
Gerar filhos é uma missão humana. Ser contrário a isso é ser contrário ao seu propósito de existência como homem e mulher. A hipocrisia é tamanha que mesmo que um suposto casal queira criar filhos, terá que adotar uma criança gerada pela relação Heterossexual, e mesmo que seja um "bebê fabricado", terá que vir do ventre de uma mulher. Os países Europeus que admitem a união entre pessoas do mesmo sexo não são mais evoluídos ou avançados do que os que não admitem. Isso não é marca nenhuma de avança em qualquer coisa. O fato do Brasil ser um país menos desenvolvido é sinônimo de primitivismo intelectual para você? Diga isso para a Noruega, então! Diga isso para os Estados Unidos, então! Sou contra a PLC 122 sim, da forma como ela está escrita, e ela jamais pode intervir na vida privada de quem quer que seja. O Estado não tem direito algum em gerir nas minhas convicções filosóficas, religiosas, e morais. A aceitação de conduta homossexual não é avanço em nada. A Grécia Clássica aceitava isso e era tão bárbara quanto o Irã de Ahmadinejad. Em Esparta se matavam crianças com má formação genética. Em toda a Grécia a mulher era considerada inferior ao homem, objeto apenas de procriação, enquanto que o amor Eros era louvado e tido como puro apenas entre dois homens. A pedofilia era uma instituição aceita. E agora? Se a reivindicação é a democracia e o direito a todos, então que se exerça esta democracia de fato, inclusive quando a maioria diz "NÃO"!
"Bem, se ainda pensa da forma fascista como coloca o seu artigo, então o senhor imagine, por um momento, ter filhos e netos homossexuais e que estes mesmos o fizessem refletir nas bobagens que escreveu que são muito mais homofóbicas que as palavras do primário Senhor Marcelo Dourado, jogador do BBB10 que a população homofóbica elegeu como campeão."
Resposta: Fascista? Mostre-me aonde tenho sido fascista em minha opinião? No entanto nos movimentos GLBT querem calar aqueles que são contrários ao comportamento homossexual. Quem é o fascista, então? Graças a Deus, hoje não tenho parentes com esta postura que você me propõe. Tenho amigos e conhecidos e nem por isso aprovo o que eles fazem, muito embora este fascista que você me considera, seja capaz de dar a mão a eles. Pena que não posso ir aos tribunais com você, já que se pões como Anônimo e ainda me classificou como doente mental e extremista de direita nazi-fascista. Veja, em nenhum momento eu chamei a alguém de fascista em meu artigo, mas sim a ideologia e a postura militante de organizações. Poderia processar-lhe por isso! Mas não posso fazer e nem quero. E respeite a sociedade brasileira; ela é heterossexual e não homofóbica. Você se contradiz aqui, e expõe uma fala tão preconceituosa quanto o Marcelo Dourado. Não foi você quem disse que o termo estava sendo mal empregado? Olha só você agora usando ele para taxar os outros!
"Reflita Sr. Darth Metrius. Tenho certeza que sua opinião é baseada, principalmente, por ser uma pessoa heterossexual, se não fosse heterossexual, certamente não daria uma opinião assim, seria mais indulgente, mais tolerante."
Resposta: É óbvio! Sou hétero sim, e minha sociedade também é, e por natureza. Não poderia pensar diferente pois eu me trairia. Se eu fosse homossexual, talvez pudesse manter a mesmo postura que mantenho, mesmo de forma hipócrita, reprovando aquilo que faço. Quer um exemplo?: Clodovil Hernandes. Mesmo dizendo algumas sandices quando ainda em vida, como declarações racistas e anti-semitas, ele era contra as Paradas Gay, e a própria PLC 122. Vi várias entrevistas em que ele defendia a família e dizia que o homossexualismo dele era algo privado. Tenha certeza de uma coisa. Minha opinião não mudaria, até porque eu não trabalho com estas hipóteses. Você confundiu Indulgência com Conivência. Parece a mesma coisa, mas não é. Sou muito indulgente quanto ao comportamento homossexual, mas nunca conivente. Jamais consinto com ele, muito embora ache que é direito de quem assim o deseja. Isso não muda o que está errado e não muda o fato de continuar sendo pecado.
"Mas tem razão que existe muito oba-oba, muita frescura, entre muitos homossexuais, mas estes são também seres humanos, como eu sou, como o senhor é, e, portanto, tem todo o direito de serem assim, frescos, bichas, caricatas, pois são pessoas diferentes e se o senhor acha que a sociedade não deveria ter essas pessoas está desejando um "mundo perfeito" do seu ponto de vista, o que é parecido com o que o Sr. Adolf Hitler desejou no nazismo...
Reflita Sr. Darth Metrius!
Ah! Postar como anônimo ainda é segurança, pois a sociedade foi preparada para aplaudir os seus comentários, mas agradeço sua atenção em publicar minha opinião contrária.
Respeitosamente."
Resposta: Sr. Anônimo. Mais uma vez, não aprovo o comportamento homossexual. Disso você já sabe. Mas eu jamais desejaria extirpar da sociedade as pessoas, como você sugere que eu tenho como postura. Nunca escrevi isso e nunca escreverei. Minha formação como pessoa e minhas convicções cristãs são suficientemente sólidas em minha vida ao ponto de que se um homossexual me pedir socorro na rua por estar sendo agredido, eu partir em defesa do mesmo chegando às vias de fato. Permita que este nazista aqui lhe conte algo: Fui demitido do meu último emprego, como gerente um dos gestores do RH de uma empresa por defender um funcionário que estava sendo demitido por ser homossexual. Defendê-lo custou meu emprego e minha carreira naquela empresa, mas eu faria tudo de novo. Esse é o exemplo deste nazista que você diz que sou. A diferença é que eu nunca aceitaria como moralmente correto o comportamento daquele colega de trabalho, mas isso nunca poderia ser motivo para ter que demiti-lo da empresa. O verdadeiro nazista da história era o supervisor dele, que se sentir "cantado" sem nunca ter ouvido nada sobre os "sentimentos" do outro rapaz. Uma sociedade livre de grupos de pessoas é uma tragédia. Mas se alguns vícios, condutas amorais ou imorais pudessem ser evitadas, a sociedade como um todo ganha. Nitidamente você não sabe quem foi Hitler, aquele monstro, e muito menos me conhece para me comparar a ele e achar que eu desejo a "Solução Final" para os homossexuais.
Tenha certeza de mais uma coisa: Sobre isso tudo, eu já refleti e reflito muito. Daí minha posição sobre este assunto. Mundo perfeito? Onde eu disse isso? Onde desejei tal coisa?
No entanto sou livre para discordar da PLC 122 e esse é meu direito inalienável como cidadão brasileiro.
Sua opinião contrária e seu direito de se idntificar como Anônimo, sempre serão seus diereitos. Eu estaria me traindo se não autorizasse a publicação de sua opinião em meu blog. Sinta-se sempre livre para escrever e opinar. É seu direito e é garantido por lei. E não se preocupe! Também há quem aplauda o seu ponto de vista.
Fico feliz que embora acalorada a discussão publicada neste blog tenha se dado através de argumentos.
ResponderExcluirCompartilho em parte de cada uma das opiniões e vivo numa constante luta pessoal a respeito desse assunto, pois assim como o Darth Metrius, tenho formação cristã.
Creio que o problema em relação aos cristãos é saber até onde podemos ir com relação à questão homossexual sem, no entanto, "incentivá-la".
Quero dizer, ao sr. Anônimo, que muitas vezes dizemos o que queremos dizer, mas nem sempre nos fazemos compreendido, por isso peço que veja este comentário com o máximo de brandura que conseguir.
Sei que a vida de um homossexual não é fácil e sou solidária com sua necesidade de convivência pacífica: é seu direito. Ninguém pode privá-lo disso, a despeito de qualquer crença religiosa. Os gays podem e devem requer seu direito a ser tratados como pessoas dignas. Sou a favor disso, mesmo porque em nada contraria minha convicção religiosa.
Entendo, no entanto, que quanto à religiosidade, algo precisa ser dito: temos nosso livro sagrado, nossas regras (nossos deveres e nossas proibições). Nem tudo o que contém na Bíblia agrada a todas as pessoas, pois é uma questão de fé. E lá fala claramente que Deus abomina a homossexualidade. Sendo assim, se quero agradar ao meu Deus, não posso entristecê-lo fazendo o que ele não aprova. Mas veja bem: quem abomina é Deus. Não cabe a mim questionar. No entanto, o próprio Jesus disse que devemos amar a todos como a nós mesmos, e ainda que devemos odiar o pecado, mas amar o pecador.
O que isso nos diz? Em meu entender a mensagem de Jesus é clara: não cabe a nós julgar o pecado, pois isso cabe apenas ao Eterno. O cabe a nós é trabalhar para que a vida de TODAS as pessoas sejam abençoadas através do amor de Deus. Quem não faz isso, igualmente entristece a Deus, pois está descumprido seu mandamento.
Com relação aos evangélicos, sinto preocupação com a forma com que muitos colocam sua fé: embora eu entenda que a intenção seja poder manter os princípios de nossa fé, creio que algumas atitudes podem fazer com que pareçamos, de fato, preconceituosos (justamente, o que é pior) e acabem por afastar aquelas pessoas que ainda não foram alcançadas por Jesus. E não estou falando apenas do gay, mas de seus amigos e familiares que por amá-lo, talvez não se sintam felizes ao perceber que seus irmãos em Cristo são tão rápidos em julgar seu ente querido e condená-lo, sem escalas, ao fogo eterno.
Melhor faríamos se conseguíssemos mostrar a TODAS as pessoas o amor que Jesus nos deu e conseguíssemos amar a toda e qualquer pessoa, independentemente de suas ações ou convicções.
No entanto, confesso que me sinto despreparada para falar a respeito do PLC 122.
Mais uma vez, afirmo: todas as pessoas devem ter seus direitos garantidos e respeitados, independente de quem são. Não sei se é fazendo valer os direitos que já são assegurados em nossa constituição ou se atravéz de uma outra lei. Essa matéria, (in)felizmente, não tenho competência para julgar.
Obrigado por me visitar!
ResponderExcluirMuito bom seu comentário. Indico os outros artigos sobre o tema. Dá uma lidinha pq tem inclusive uma publicação da PLC 122/2006 na íntegra. Você pode ler o projeto e avaliar.
Um abração!