quinta-feira, 15 de outubro de 2009

E SEREMOS A GERAÇÃO QUE... MORREU SEM REALIZAR O QUE QUEIMAVA NO CORAÇÃO.


“E seremos a geração que dança. E seremos a geração que canta.” E daí? Grande coisa. Vamos ser honestos, quem sonhava com isso? Eu não. Sei lá, mas eu sonhava com algum tipo de missão, ganhar almas, marcar minha geração, morrer pelo evangelho. Pode me chamar de José se quiser, o sonhador, não me importo, pois não coloco muito valor na palavra, ou melhor, crítica de alguém que depois de muitos anos ainda está tentando pular como um coelho nas conferências realizando seu sonho de ser a geração que canta e dança. Deus me livre!

Eu acho que a coisa que mais me irrita hoje, além do lixo sendo pregado nos púlpitos, é que foi isso que nós vendemos para uma geração; uma geração que está agora casada, barriguda, e que nem dança mais, pois tem medo de enfartar. Caraca, o que aconteceu? Onde nós erramos? Era tanto potencial e disposição e agora é “comunhão na casa de Fulano, de sicrano”.

Quando era para nós enviarmos eles, nós os seguramos, pois queríamos o maior grupo da cidade.
Eles queriam ser missionários, então ensinamos umas peças, pintamos seus rostos e os levamos para a praça mais perto para que pudessem ser completamente humilhados e nunca falar de missões de novo. Só pra saber: “Aquilo era missões?”.

E agora tem entrado uma nova geração e nós estamos cometendo os mesmos erros e pecados. Quando olhamos para os jovens da igreja, é obvio que temos falhado em capturar seus corações e imaginação. Nós temos falhado em dar a eles uma razão de viver, uma causa pela qual dar suas vidas. Nós temos falhado em mostrar algo a eles tão importante que vale a pena morrer por Ele.

Quando você olha em seus olhos[dessa geração] não há fogo, não há vida. Vida para eles é quatro horas na frente do computador batendo papo com seus amigos virtuais. Mas eles não têm nada que queime no coração deles, que faz eles saírem da cama na manha, que possua eles. Eles não têm nada pelo que viver e bem menos nada pelo que morrer.

Nós falávamos para eles que Deus queria os usar e depois os fechamos em prédios com bandas, pizza e luzes coloridas para gastar a noite dançando e cantando enquanto o mundo lá fora está passando fome, morrendo e indo para inferno. Será que é isso que estávamos nos referindo quando falávamos que “Deus quer os usar”? Será que não tem mais? E se eles mostram uma preocupação com aqueles fora da “terra protegida”, nós falamos que não são preparados, que sua hora vai chegar. Por enquanto, é festa e alegria. Pegue mais um pedaço de pizza!

Nós falamos para eles que podem mudar o mundo enquanto eles nem sabem como mudar as suas próprias vidas. E em vez de confrontar eles na maneira que vivem seus valores, nós mudamos a estrutura da igreja para acomoda-los. Nós criamos “namoros santos” e colocamos “play stations” nas salas de oração. Mas, não muito tempo depois, a nossa estrutura não os satisfazia mais. Em vez de treina-los, nós temos entretido eles. Em vez de desafia-los, acomodamos e acabamos frustrando e perdendo-os, pois a verdade é que não era isso que eles queriam.

Cada geração precisa de uma bandeira pra levantar, uma causa pra abraçar, algo para dar as suas vidas, mas em algum lugar no caminho Jesus e salvação, passaram a não ser suficientes. Alcançar os perdidos parecia ser algo comum demais. Então, nós começamos falar em milagres e mortos ressuscitando. Nós tentamos criar coisas melhores mais barulhentas, mais animadas, projetos que iam no fim fazer nada mais do que ocupar seu tempo e os fazer pensar que estavam fazendo algo enquanto não estavam realizando nada. Nós críamos uma geração que canta e dança, mas não faz nada mais do que isso, e eles sabem disso. Ninguém foi enganado e eles ainda estão tentando se descobrir e achar seu propósito, sua razão de viver, e morrer.

Preguiçoso, desinteressado, não produtivo: termos que muito bem podem ser usados para descrever essa geração que uma vez tinha esperança em ser usada e marcar o mundo. Mas, por quê? Por que nós não demos nada pra eles fazerem de verdade. E vamos ser honestos, esperar é ruim. É agora ou nunca. Ou nós os desafiamos agora, os treinamos agora, investimos neles agora, ou nós os perderemos para sempre.

• 75% dessa geração está deixando a igreja para não voltar mais.

Considere isso uma carta de um velho que chora pela juventude, que lamenta tanto potencial perdido, que quer pedir seu perdão.

Jeff

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