Por Demetrius Farias
Faz tempo que eu não escrevo algo aqui no meu blog, mas hoje resolvi fazê-lo, frente a todos os atuais acontecimentos no Brasil.
Alguns dos adolescentes com quem trabalho em minha comunidade, a Igreja Presbiteriana de Manaus (IPM), me abordaram no último domingo e me perguntaram se deveriam apoiar os protestos. Em um primeiro momento eu disse a uma adolescente que aquele não era o papel da Igreja do Senhor, naquele momento, onde só víamos pela TV e jornais as badernas, os atos de vandalismo e o trabalho dos policiais sendo criticado por quem não conhece nada de segurança pública e repressão a desordem civil.
Contudo, na segunda e na terça-feira desta semana a coisa toda mudou. O que era um protesto local e ligado a uma questão pontual no sul e sudeste, passou a ganhar contornos totalmente novos, materializando o descontentamento e a revolta da nação contra os desmandos no país por parte da classe política, a corrupção, impunidade e a falta de transparência na administração pública. De R$ 0.20, a coisa passou a "Fora Renan Calheiros", "Fora Dilma", "Abaixo a PEC 37", "Por transporte, saúde e educação no padrão FIFA", etc. Palavras de ordem como "O Gigante Acordou", "Vem pra Rua" e "Que país é esse", tomaram as ruas das maiores cidades do país e ajudaram a inflamar o coração da população que a muito havia cansado de esperar por mudanças nacionais vindas a partir de Brasília.
Deste momento em diante passei a deixar as críticas aos protestos e passei a apoiar o movimento, como uma força de expressão nacional que a muito tempo não se via, contra a forma de se fazer política e administração pública neste país. Daí lembrei das aulas de escola dominical que minha esposa e eu damos aos domingos para os nossos adolescentes. Falo muito a eles de como a Igreja é necessária em nossa sociedade e que esta deve ser engajada nos problemas sociais da nação, se posicionando politicamente (não de forma partidária, entendam) e exercendo sua cidadania.
Ao me lembrar de tudo isso, passei a orientar os nossos jovens e adolescentes que quisessem ir a passeata que assim o fizessem. Aos adolescentes, apenas se os país autorizassem. Era uma oportunidade histórica e muitos que haviam visto as Diretas Já e os Caras Pintadas agora poderiam também sair às ruas e se manifestar contra o que está errado neste país.
Apesar dos protestos transloucados, do vandalismo, banditismo e violência, em minha opinião, todos os evangélicos deste país devem - ou deveriam - participar das manifestações pacíficas.
Todavia é importante lembrar a Igreja Brasileira um detalhe fundamental. No livro do profeta Jeremias capítulo 29, versículo 7 diz:
Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz.
Nesta passagem, o Senhor orienta ao povo de Judá através do profeta para que, enquanto vivessem na Babilônia, terra de seu desterro, procurassem a paz da cidade e orassem por ela. Embora o contexto desta passagem trate de uma orientação para uma nação exilada e sob juízo, um princípio moral nos é dado. Orar e promover a paz nas nossas cidades e em nosso país. O apóstolo Paulo nos orienta neste mesmo sentido dizendo:
Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens,
em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. (I Tm. 2: 1,2)
Se queremos promover a paz , obter a paz e o bem de nossa nação, antes de sair às ruas e gritar por respeito pelo povo, devemos dobrar os joelhos e clamar por justiça ao nosso Deus, orar para que ele ilumine nossos governantes e magistrados para o bom governo e juízo do povo, e assim sejamos abençoados.
Imagine o poder que a Igreja tem de mudar o país, se ela abandonar as heresias e brigas, se unida colocar os joelhos no chão e clamar a Deus por perdão dos pecados da nação e por misericórdia? Se os atuais protestos puderam fazer o que fizeram, imaginem o que seria deste país quando o Povo de Deus que vive nele decidir protestar de joelhos no chão e com as mãos para o céu? Grandes mudanças viriam.
Orar pelo Brasil de forma fervorosa e persistente não só irá mudar nosso caráter e nos curar de nossas mazelas como também irá atingir ao país como um todo, levando a nação a estar debaixo da benção e da graça comum, por causa da Igreja Militante. E a Palavra nos garante: teremos vida tranquila e mansa, tendo toda a piedade e respeito.
Em 20 de junho de 2013, o país voltou a despertar para suas necessidades e espero que a Igreja de Cristo no Brasil também possa acordar e ver que necessitamos de um avivamento espiritual e social, precisamos não só nos importarmos e agirmos dentro de nossa sociedade, no engajamento e na formação de opinião, mas principalmente na oração e na súplica a Deus por uma nação melhor.
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