Por Austin Ruse
WASHINGTON, DC, EUA, 26 de outubro (C-FAM/ The Catholic Thing) Os ativistas homossexuais nunca querem tornar o debate sobre direitos homossexuais no exterior estritamente sobre violência contra homossexuais. Oh, eles dizem que querem tratar só de violência. Eles insistem que fazem só isso. Mas será que eles estão dizendo a verdade?
Sem rodeios, eles negam que sua defesa de direitos homossexuais no exterior tenha algo a ver com o casamento, adoção ou qualquer coisa diferente de violência contra os homossexuais.
É parte da desonestidade fundamental no debate sobre homossexualidade nestes dias e vi isso em primeira mão ontem em Washington DC.
Na Câmara dos Deputados, o embaixador Tom Farr do boletim “Berkley Center for Religion, Peace and World Affairs” da Universidade de Georgetown e eu debatemos com James Kirchick, associado da Fundação para as Democracias e Ted Stahnke da revista “Human Rights First” sobre a questão dos direitos homossexuais no exterior.
Kirchick, um escritor amplamente publicado sobre política externa, abriu seus comentários falando sobre as leis opressivas sobre a homossexualidade na nação de Uganda.
Ele apontou para o fato de que um homossexual, David Kato, havia sido assassinado não muito tempos depois que evangélicos americanos visitaram Uganda para agitar o povão contra os homossexuais. O sr. Kirchick teve a intenção clara de mostrar uma sórdida cumplicidade evangélica no assassinato do sr. Kato.
O sr. Kirchick se esqueceu de mencionar que um homem mais tarde confessou o assassinato. Ele era conhecido de Kato e o assassinato foi uma “briga pessoal”, não sobre a homossexualidade de Kato. Contudo, um bom mártir é uma coisa terrível de se desperdiçar.
O sr. Kirchick repetidamente insistiu que não conseguia entender o motivo por que ninguém conseguia se opor às iniciativas para atenuar tal injustiça em lugares como Uganda contra pessoas como David Kato.
Como a maioria dos problemas sociais polêmicos, a argumentação visa confinar os oponentes. Se você é contra os direitos homossexuais, então você é a favor do assassinato deles. É simples assim.
Mas a coisa é que a maioria das pessoas, até mesmo conservadores pró-família, se oporia em massa à tal violência. A objeção da maioria dos oponentes é à desonestidade no debate, particularmente sobre fins e meios, e a preocupação que tais novos direitos teriam prioridade sobre velhos.
Especialistas conservadores que observam essas questões sabem que os fins não são simplesmente impedir a violência e os meios para chegar ali resultariam num enfraquecimento das leis internacionais e direitos humanos básicos.
A ideia é elevar a “orientação sexual e a identidade de gênero” ao mesmo nível da liberdade religiosa e outros direitos humanos fundamentais. Disso, tudo fluiria, inclusive casamento, adoção e muitas outras coisas hostis aos religiosos. Ativistas como Kirchick e Stahnke negam isso. A maioria dos países membros da ONU se opõe à introdução de “orientação sexual e identidade de gênero” em qualquer documento da ONU porque sabem disso, e estão cansados do jeito que o jogo de direitos humanos é feito nestes dias.
E lamentavelmente, se tornou um jogo e como tal ameaça uma compreensão adequada dos direitos humanos e mina o sistema inteiro de direitos humanos.
Primeiro, você começa com um estudo da violência contra os homossexuais, como aconteceu não muito tempo atrás no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Tudo o que eles queriam era um estudo. Nada mais. A votação sobre o estudo foi polêmica, e sua aprovação foi apertada.
A votação com o objetivo simples de conduzir um estudo sobre a violência se tornou uma enorme vitória de direitos humanos — um pioneirismo de direitos humanos. Tornou-se a marca distintiva dos direitos humanos LGBT.
Os ativistas insinuaram que tal pioneirismo marcou uma nova compreensão do direito internacional, que há novos padrões que os governos podem estar legalmente obrigados a seguir. Cometo exagero, mas só levemente.
O próprio sr. Kirchick em sua coluna do Washington Post em março passado fornece um exemplo principal desse fenômeno de autofinanciamento. Ele se refere a uma “resolução de 2008 da Assembleia Geral da ONU que exigia a descriminalização da homossexualidade”.
O problema é, tal resolução da Assembleia Geral da ONU não existiu. As resoluções da ONU são coisas particulares e nada assim veio da Assembleia Geral.
Havia uma declaração conjunta assinada por sessenta e cinco países com esse objetivo. Mas há um mundo de diferença nas leis internacionais entre uma resolução da ONU e o que era pouco mais do que um comunicado de imprensa glorificado.
No entanto, é desse jeito que se faz o jogo nestes dias. Um comunicado de imprensa se torna uma lei internacional nas mãos de ativistas que provavelmente sabem das coisas.
E é por isso que há uma resistência intensa e generalizada a tais novas categorias e novos padrões. Muitos outros países apoiariam ações em defesa dos homossexuais que são perseguidos, exceto que eles conhecem a inerente desonestidade da iniciativa e sabem para onde realmente tais esforços estão indo, não importa os protestos do sr. Kirchick e outros do lado dele.
A coisa é, os instrumentos existentes de direitos humanos já protegem os homossexuais. Como todos nós, eles são protegidos contra atos arbitrário de prisão, tortura, violência e assassinato.
Declarar que “Direitos gays são direitos humanos e direitos humanos são direitos gays” como fiz Hillary Clinton, mina a universalidade e indivisibilidade dos direitos humanos.
Eles podem não saber, mas no processo de tal retalhação dos direitos humanos, os homossexuais, junto com todo o resto de nós, estão sendo colocados em mais perigo ainda.
Publicado originalmente em TheCatholicThing.org.
Tradução: www.juliosevero.com
Fonte: C-FAM
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