sexta-feira, 8 de outubro de 2010

TODA NAÇÃO TEM O GOVERNANTE QUE MERECE?...


Por Demetrius Farias
... Acho que sim!

Passado este primeiro turno das Eleições 2010, o resultado que espanta-me não são os números, os resultados dos votos, e as pesquisas que falharam. Eu já suspeitava dos possíveis ganhadores, e sempre acreditei em um Segundo Turno para a Presidência da República, tendo em vista os escândalos envolvendo petistas, a Casa Civil e a reação dos evangélicos e católicos frente a questões mal resolvidas, como a legalização do aborto, a criminalização da "homofobia", a União Civil entre pessoas do mesmo sexo, adoção de crianças por parte de parceiros homossexuais, e a legalização da maconha e outras drogas ilícitas.

O bom, apesar de que a probabilidade do PT levar mais essa é muito grande, é que Dilma já viu que não pode impor a sua vontade, nem o PT governar como quer, sem que setores significativos da sociedade protestem contra as ameaças que tramitam no Congresso e nas canetadas do Palácio da Alvorada, e demais covis de poder.

Mas se Dilma ganhar, isso não será muito pior do que uma vitória de José Serra. A tragédia maior, anunciada desde o ano passado, é a vasta eleição de deputados e senadores da base do governo com as piores referências e com uma falácia na língua que engana a todo mundo.

Para efeito de exemplo, aqui em meu estado, Amazonas, o senador Arthur Virgílio Neto, do PSDB, foi eleito o senador mais influente do Brasil e que ficou em terceiro lugar entre os Dez Cabeças do Congresso Nacional. Foi a primeira vez, em 14 anos, que o Presidente do Senado deixa de receber esta posição, sendo esta honra entregue para um líder partidário. Líder da oposição no Congresso, ele é a maior voz crítica e ferrenho opositor do governo Lula. Este fato incomodou tanto a Lula e ao PT que, por orientação e desejo do próprio Cefalópode Barbado, para eliminar do senado o seu algoz, promoveu de forma espantosa o apoio de uma senadora do PT para o Amazonas, e nos bastidores, a Vanessa Grazziotin, do PC do B. Resultado? O Amazonas elegeu a Eduardo Braga, ex-governador, e com votação apertada, Vanessa Grazziotin. Os amazonenses escolheram com a barriga, e não com o cérebro.

A verdade é que os "feitos" da referida Deputada Federal nós só conhecemos quando é ano eleitoral. Quase nunca se ouve seu nome na televisão e nos jornais, assim como outros nomes apagados - Lupércio Ramos (deputado do PMDB) e João Pedro (senador do PT e suplente de Alfredo Nascimento, licenciado para assumir o Ministério dos Transportes). Nestas eleições essa "ninguém" se elegeu com o discurso de que os créditos da prorrogação da Zona Franca de Manaus eram seus e que, com ela, a mesma seria perenizada e ampliada (pago pra ver), entre outras juras. Pelo passado de inatividade, passando mais tempo em Manaus do que em Brasília, imagino que a futura senadora não mudará seus hábitos. Perdemos em grande senador, e no seu lugar colocamos uma "faz nada".

O Brasil é um grande mercadão, onde o vendedor feirante é o político. Embora eu sempre diga que a "gentalha morta a fome seja politicamente vendida", ela só o é devido aos políticos, quando enganam o "Zé Povinho" com as mentiras, tipo: "Olha, se a Dilma perder, o Bolsa Família vai acabar, o Minha Casa Minha Vida vai acabar, o Brasil vai andar pra traz!", entre outras tolices. Como se o governo sucessor fosse realmente cometer este suicídio político, afundando o país em retrocessos perceptíveis a opinião pública e oposição.

Mas tragédia maior, é a ignorância total da massa, as manobras e jogos políticos feitos pelo Congresso, com anuência do presidente, e a multidão de projetos de leis que são inconstitucionais e esquartejam os direitos civis, e que são direcionados contra a Imprensa Livre, as Igrejas (principalmente a protestante) e a quem se opõe ao governo de forma política ou ideológica. Se Dilma vencer, aqueles que desafiam os novos nazicomunistas que se cuidem!

Com uma população destas e uma raça de políticos vindos do prostíbulo mais sujo do Quinto dos Infernos, salvo alguns raros anjos que não sei como se aguentam nesse Mar de Lama, o que se esperar? E o Lula quer mesmo me fazer acreditar que esta onda de escândalos é sinônimo de trabalho bem feito da Polícia Federal e Ministério Público. Enquanto ele mente ao Brasil dizendo que "nunca antes na história deste país se investigou tanto os crimes de corrupção", eu digo que "nunca antes na história deste país se utilizou tanto a máquina do estado, a influência do PT, e estrutura dos poderes executivo e judiciário para encobrir, negar, e disfarçar a bandidagem do partido dos operários do ABC, e atrapalhar a polícia e os promotores em seus trabalhos, além de dificultar e obstruir CPIs.

Se lambuzaram tanto na corrupção que está difícil esconder e limpar os rastros. Esta é a verdade.

Foi um festival de roubos e crimes, com os aplausos do povo "idiotizado". Sem educação e acesso à informação. O populacho anestesiado e dopado pelo assistencialismo passou oito anos vendo os Aloprados, o Mensalão, o Palocci se trocando com um simples e honesto caseiro, as alianças imundas do Lula com Collor, Sarney e demais inimigos políticos e notórios corruptos do cenário nacional e, mais recentemente, a quebra de sigilo de tucanos e da filha de José Serra, e a farra da quadrilha familiar de Erenice Guerra.

Em tempos de FHC ou de Collor, estes fatos seriam suficientes para que os esquerdistas tocassem fogo na massa para que saísse nas ruas com a Cara Pintada. Todavia, como a oposição não sabe, por própria cultura, fazer protesto, o povo ficou parado e sem dizer nada. Afinal, a mão que rouba, é a mesma que dá o Fome Zero (cambada de titicas, zumbis esfomeados, apolíticos e "sem-noção").

É por estas e outras que eu acho que o voto deveria deixar de ser obrigatório. Dizem que o Brasil não tem maturidade para isso, mas o fato é este mesmo motivo justifica a minha opinião. Pela infantilidade política da massa sem esclarecimento, é que o voto deveria ser livre. Sabe-se que o povo vota por medo, enquanto a classe média esclarecida e a elite pensante é quem poderia de fato mudar os rumos da nação pelo voto crítico, visto que o IBGE, os TREs e STE já comprovaram que estes votam por livre vontade e são politicamente mais informados e capazes de julgar melhor, livres da compra de votos por meio de promessas falsas, dentaduras, muletas e cestas básicas.

Muitas das coisas aqui escritas salientam dois pontos: 1) não só os políticos são corruptos, mas o eleitor também é, ao se vender a benefícios de seus candidatos; e 2) a ignorância, associada ao estômago vazio, causam uma apatia política que permite a ação menos despreocupada de corruptos, já que se o povo tem pão e circo, fará vistas grossas para os conspiradores vermelhos.

Para entender isso, basta ver as pesquisas sobre o que o eleitorado pensa sobre qual é a atribuição dos seus parlamentares. A ignorância é tamanha e a corrupção latente é tão presente no coração do brasileiro, que cerca de 60% dos eleitores acham que os deputados, vereadores e senadores devem arrumar emprego para eleitores fiéis, ajudar aliado políticos e promover eventos de lazer.

Somente uma pequena parcela valoriza parlamentares que ficam em Brasília, estudando e participando das votações importantes do país (13%). Engraçado é que este os outros 87% também se escandalizam com a falta de vergonha na cara, a preguiça e comodismo dos congressistas e seus inúmeros recessos e ausências em plenárias. Vai entender!

Os discursos e promessas de candidatos ao parlamento é tão proporcionalmente mentiroso, quanto o desconhecimento do povo em relação as funções daqueles. Impressionantes 75% dos eleitores acham que é função de um deputado realizar obras públicas para a população, sem saber que isso é reservado apenas ao Executivo. O povo reclama da corrupção, mas a mentalidade é outra: 61% acha que um deputado deve ajudar aliados de campanha em negócios com o Executivo. Esta é uma tradicional cultura dos políticos e uma das mais danosas, ou a mais danosa. Por meio dela é que a corrupção encontra um caminho. O povo não vê problema nisto, muito embora também se escandalize quando a coisa é explicada de forma mais detalhada quando surgem os escândalos.

Outro dado terrível é o seguinte: 58% acham que os parlamentares devem ajudar seus eleitores a conseguir um emprego. Afinal de contas, uma mão lava a outra. Os candidatos ao Parlamento geralmente promovem eventos sociais, formaturas, churrascos, festejos de época, e campeonatos esportivos com o intuito de angariar votos e 59% das pessoas acham que isso é algo bom e é atribuição de um membro do legislativo.

Aqui no Amazonas, a gentalha elegeu pela segunda vez o deputado federal, Átila Lins (PMDB), campão de Emendas Individuais, que só servem para enganar o povo com as "obras públicas", enquanto fiscalizar o executivo e propor leis ele passa longe. Meu pai, quando ainda era piloto executivo, cansou de fazer vôos para o interior do estado levando estes trastes dentro do seu avião, e vendo-os prometer e cometer as maiores mentiras e safadezas possíveis contra o povo. Emendas Individuais são a origem de muita corrupção de parlamentares. Átila Lins, em sua campanha para reeleição, não esconde que enviou muitas delas, mas como o povo não sabe o que um deputado federal ou estadual faz, dizer que ele teve muitas Emendas Individuais aprovadas causa mais impressão positiva, do que a desconfiança de possíveis tramoias durante o processo. Mas para a população simplória e sem cultura, bêbada de cachaça e forrozeira Átila Lins é o rei.

Impressionantes 13% dos eleitores valorizam os políticos que estudam e participam de discussões importantes para serem votadas no plenário da câmara ou no senado. Todo o restante acha que um político parlamentar bom é aquele que propõe leis em escala industrial e que modifica o Orçamento da União para beneficiar seu estado e municípios com obras públicas e  distribuição de remédios para os pobres. Isso, Vanessa, Átila, Alfredo Nascimento e tantos outros sabem fazer e são mestres, e foi com este discurso, de trazer recursos financeiros para o Amazonas que eles conseguiram enganar os "burros" e tirar do Senado e da Câmara gente que prestasse. 

O povo não valoriza ações como as feitas por Arthur Neto e o já falecido Jefferson Peres (PDT), que apenas cumprem com sua função primeira. Os dados que eu apresentei foram produzidos pelo Ibope e a Revista Época, publicados na sua edição de número 645, de 27 de setembro deste ano.

Tiririca, candidato vitorioso para a Câmara dos Deputados, pelo estado de São Paulo, filiado ao PR, dizia em sua campanha:"Pior do que tá não fica!" A verdade é que já ficou e vai piorar mais, se nossos políticos continuarem a ser um reflexo de nós mesmos, e se o povo continuar sem saber o que "um deputado federal faz", ou um senador, ou mesmo um vereador. Não espere sentado, pois o Tiririca (gosto muito dele) não vai lhe contar.

Será que eu ainda tenho razões para achar que o Brasil tem os líderes de merece?

Como eu disse no começo: "Acho que sim!"

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