Infelizmente a
Internet não me ajuda. Eu tentei mostrar imagens do Haiti anteriores aos terremotos, para que ninguém me acusasse de estar exagerando, mas
atualmente o Google está repleto de cenas da tragédia. É só escrever "Haiti" e...,
voilà. Só vem mais pobreza e miséria, somada a tragédia natural.
Que cenas como estas podem ser vistas no Brasil é um fato, mas uma nação inteira viver nestas condições é um evento histórico-social tremendo. Mas não é novidade, convivemos com a
África a tantos anos que nem ligamos mais. O Haiti é o país mais pobre da América, sua população é analfabeta (45,2%), a expectativa de vida é de 60 anos, a renda
per capita do país é de apenas 1/3 da renda da Favela da
Rocinha, no Rio de Janeiro, e o total da população que vive abaixo da linha de pobreza é de 80%.
Será que é preciso um desastre atingir um país como esse para que o mundo olhe para os pobres? Aí eu pergunto: Vocês tem certeza que o Haiti é aqui?
A verdade é que temos que dar Graças a Deus pelo país que temos, apesar de todas as suas dificuldades e de nosso próprios pobres e miseráveis, das quais devemos especial atenção.
Para não dizer que estou inventando, comparem com o Brasil:
1. Na foto a esquerda você vê um dos distritos residenciais da capital. Ela é igual a uma favela brasileira. A direita você vê já citada favela carioca,
Rocinha. Notem que praticamente são irmãs. Mas a diferença é que uma é realmente uma favela, e a outra é considerada um bairro residencial da capital haitiana. Sentiu o drama? Agora você lembra da favela de
Bas-Ravine, em
Cap Haitien? Compare.
2. Lembra do
ônibus coletivo em
Port-
Salut? Compare com um dos piores
ônibus do Brasil, que no caso é aqui é um
coletivo sucateado que atende a cidade de
Manaus, onde moro. Veja a foto à direita:
3. Lembram da primeira foto desta
postagem? O centro comercial de
Port-
au-Prince? Busquei na
Internet algo semelhante no Brasil. As mesmas
características: Muita gente, trânsito ruim, muita
bagunça, etc. Daí olha só um exemplo, a 25 de Março em São Paulo:
É necessário comentar a
discrepância? Ao contrário do que pensa nosso intelectual Presidente da República, as imagens falam por si. Mas há quem diga: "Você quer comparar São Paulo a
Port-
au-Prince?
Ok! Vamos voltar a
Manaus, no Amazonas, em 1977, na Avenida Eduardo Ribeiro, que é um caos. Aliás, sempre foi:
Mesmo naquela época, ainda parece mais civilizada do que a capital do Haiti.
4. Vamos ver nossos pobres agora?
Estes, à sua direita, são alguns dos muitos
favelados do nosso país. Eles representam cerca de 18% da população do brasileira. São desempregados ou trabalham informalmente, vivem em condições difíceis e muitas vezes, pais de família e demais membros do grupo familiar, para sobreviver, tem de cometer crimes. Uma triste realidade que é apontada como uma das mais altas do mundo. Mas para quem acha que o Haiti é aqui, imagine estes 18% de miseráveis brasileiros se tornarem em 80%. Imaginem o Brasil com estes números referentes a desemprego e pobreza. Este é o Haiti. Os da foto ainda tem a calçada da rua pra morar. E aquelas crianças e aquela senhora das fotos lá no começo da
postagem? Elas são exemplos da esmagadora maioria do povo haitiano. Você ainda acha que o Haiti é aqui?
Caetano criticou o governo e o país, com poesia e conhecimento de causa. Ao falar do Haiti e do Brasil, ele falava do descaso do governo federal, falava da miséria do Brasil, e da ditadura. Mas muitos dos que hoje reproduzem as palavras de Caetano, parecem desconhecer a realidade.
Saibam de uma coisa: Realmente, o Haiti não é aqui.
Quem disse mesmo que o Haiti é aqui?
Graças a Deus, apesar de todos os nossos problemas, pelo Brasil!
Orem pelo Haiti, e ajudem o Haiti!